A Biblioteca e o Museu de Alexandria
Alexandria no Egipto
Em Alexandria, o estudante podia servir-se de uma vasta biblioteca de informação e de uma instituição denominada o Museu – à letra, o Santuário das Musas.
Este era um instituto superior de investigação, uma comunidade de estudantes internacionais que trabalhavam em conjunto.
Gozou de generoso patrocínio real durante o período da governação ptolomaica, que começou no século III a. C. e apoiou estudos literários e um largo espectro de investigação científica na matemática, na astronomia, na geografia, na filosofia, na física e na engenharia.
Foi fundada nos princípios do século III a. C. por Ptolomeu I Soter, soberano do Egipto após a morte de Alexandre Magno.
Para constituir o seu recheio, Ptolomeu II ordenou aos seus soldados que sacassem livros de todos os navios que aportassem Alexandria, mandando depois copiá-los para os incluir na biblioteca.
Esta acabou por espraiar-se num complexo de edifícios com salas de estudo, auditórios e escritórios, além das salas de manuscritos.
Por volta de 250 a. C., a biblioteca possuía cerca de meio milhão de volumes.
Descobertas científicas
No seu auge, fizeram-se progressos científicos que apenas teriam paralelo nos tempos modernos:
– Euclides sistematizou a geometria,
– Aristarco de Samos propôs que o Sol era o centro do Universo,
– Eratostenes de Cirene mediu a circunferência da Terra,
– Herófilo da Calcedónia conseguiu importantes progressos em anatomia através da dissecação e da vivissecção.
Poetas, autores dramáticos, filósofos, além dos cientistas, encontraram apoio para os seus trabalhos sob os auspícios do Museu.
[Sugestão de leitura: O Calendário Egipto]
Na realidade, por muito importantes que tenham sido as descobertas científicas da época para as nossas noções actuais, Alexandria foi provavelmente, no seu tempo, mais influente através da sua literatura e da sua investigação literária do que através da sua ciência.
Alexandria sofreu vários reveses durante a agitação política dos últimos séculos antes de Cristo.
O primeiro ocorreu quando Júlio César capturou a cidade em 47, e a sua famosa biblioteca foi parcialmente queimada.
Mas Marco António retirou 200 000 manuscritos da Biblioteca de Pérgamo e ofereceu-os a Cleópatra para compensar aquela perda.
Isto ajudou a reviver a Biblioteca, e esta e o Museu de Alexandria continuaram a ser forças dominantes da cultura e educação helenísticas através da Antiguidade.
Fonte: “Jesus no Seu tempo”, Selecções do Reader´s Digest (texto editado e adaptado) | Imagem