As constelações e os signos de Zodíaco
As constelações e o Zodíaco
Observando da Terra o movimento orbital dos planetas e dos dois luminares, o Sol e a Lua, no arco de tempo do ano solar, observar-se-á que, de vez em quando, eles vão situar-se nas doze constelações que povoam a vasta faixa da esfera celeste, vulgarmente indicada com o nome de Zodíaco.
Partindo do ponto equinocial da Primavera, o Sol, no seu curso aparente, atravessa os doze signos do Zodíaco, que são, progressivamente:
– Aries (Carneiro),
– Taurus (Touro),
– Gemini (Gémeos),
– Cancer (Caranguejo),
– Leo (Leão),
– Virgo (Virgem),
– Libra (Balança),
– Scorpio (Escorpião),
– Sagittarius (Sagitário),
– Capricornius (Capricórnio),
– Aquarius (Aquário),
– Pisces (Peixes).
Quando os antigos astrónomos babilónicos e, depois, os gregos, observavam a conexão entre o Zodíaco e o caminho do Sol, existia plena correspondência entre os signos e as constelações homónimas (por exemplo, em Março, o Sol encontrava-se no signo e na constelação do Carneiro).
Mas, por efeito da precessão dos equinócios, tal correspondência desapareceu: actualmente, o ponto equinocial e o signo do Carneiro encontram-se efectivamente na precedente constelação dos Peixes; todas as constelações se encontram deslocadas cerca de 32º para ocidente.
Passados 25.700 anos…
Daqui a vinte e cinco mil e setecentos anos, mais ou menos, os signos e as constelações homónimas voltarão a coincidir.
Todavia, no interior do discurso astrológico, tal fenómeno não tem a mínima relevância, porquanto é no signo do Carneiro, por exemplo, mesmo que o Sol se encontre na constelação dos Peixes, que a natureza torna a vencer os rigores do Inverno e a conferir aos nativos deste período as características que, tradicionalmente, estão relacionadas com o primeiro signo do ano zodiacal.
Por outras palavras, a interpretação astrológica permanece essencialmente ligada aos ritmos naturais da terra, à eterna vicissitude da morte e do renascimento da natureza. Isto quer dizer, move-se sempre numa perspectiva que faz da Terra o centro do cosmo.
Assim, pois, toda a simbologia subentendida nos signos zodiacais nada mais faz do que acolher e reflectir os elementos constitutivos e primários. E que o pensamento tradicional, principalmente grego, colocou como fundamento do ser: fogo, terra, ar e água.
O ano zodiacal
Seguindo esta sequência rítmica, o ano zodiacal desenrola-se signo após signo:
– começa com o fogo (Carneiro), que percorre e atravessa com o seu incorruptível calor criativo todo o Universo;
– prossegue com a terra (Touro), que, com passiva submissão, toda se deixa fecundar pela essência vital;
– depois com o ar (Gémeos), através do qual a criação se dilata e se estende para além dos estreitos confins naturais;
– e conclui-se, nesta primeira fase, com a água (Caranguejo), reunindo tudo o que estava separado, tudo reconduz da morte à vida.
Em seguida, novamente, após a água regressará
– o fogo vivificador (Leão),
– novamente a terra (Virgem),
– depois o ar (Balança)
– e , para concluir, a água (Escorpião).
Finalmente, na última fase, e pela mesma ordem, suceder-se-ão
– o tempo do fogo (Sagitário),
– da terra (Capricórnio),
– do ar (Aquário)
– e, por último, o da água (Peixes),
com o qual se apaga a anual fadiga do nascimento e morte da natureza.
Uma proposta de sistematização
Trata-se, evidentemente, de uma sistematização que nunca pretendeu ser esquemática ou rigidamente classificadora, já que a astrologia sempre se empenhou em recordar que em cada signo do Zodíaco está contido implicitamente qualquer outro momento do devir zodiacal.
Assim, por exemplo, o Carneiro representa o momento do renascimento e do começo da vida, mas representa, também, potencialmente, todo o desenvolvimento futuro até à total exaustão de todas as forças vitais; desta maneira, relaciona-se quer com o período de êxtase que o precedeu, quer com a fase de pleno desenvolvimento que se lhe apresenta diante.
É nesta circularidade nunca interrompida que se deve identificar o sentido profundo dos ritmos zodiacais que, de algum modo, subentendem uma visão religiosa do mundo.
Signos masculinos e signos femininos
Para completar a análise dos símbolos do Zodíaco, acrescentaremos que eles se repartem em signos masculinos e femininos, conforme domina o aspecto criativo ou receptivo. Serão, pois,
– signos masculinos todos os signos do fogo e do ar (Carneiro, Gémeos, Leão, Balança, Sagitário, Aquário);
– serão femininos os da terra e da água (Touro, Caranguejo, Virgem, Escorpião, Capricórnio e Peixes);
não é difícil compreender os motivos que sugeriram e inspiraram semelhante sistematização.
Recorde-se, enfim, uma nova subdivisão, em que a concepção astrológica tradicional distingue os vários signos zodiacais que têm idêntica natureza de fogo, terra, ar ou água.
No decurso do ano zodiacal, o fogo do Carneiro não é o mesmo fogo do Leão, nem, muito menos, o fogo do Sagitário; e assim por diante, com todos os outros signos de terra, ar e água, que se sucedem de estação em estação.
É como se cada elemento se adequasse, à sua vez, às circunstâncias particulares em que opera. Como se se deixasse influenciar pelo ritmo cósmico na sua totalidade, na sua plurissignificação.
Signos cardeais, signos fixos e signos mutáveis
Segundo esta última lógica interpretativa, os signos dividem-se em cardeais, fixos e mutáveis. os primeiros representam os signos com que tem início cada época sazonal; serão, pois, mais acentuadas as características próprias da sua natureza constitutiva.
São cardeais o Carneiro, o Caranguejo, a Balança e o Capricórnio. Mutáveis são, pelo contrário, os signos que precedem imediatamente as mudanças sazonais; portanto, ressentem-se de uma extrema mobilidade e capacidade transformativa, uma vez que efectuam a transição entre as diversas transformações a que a natureza se entrega; são eles os Gémeos, a Virgem, o Sagitário e os Peixes.
Pelo contrário, são fixos os restantes signos zodiacais: Touro, Leão, Escorpião e Aquário, cada um dos quais representa o momento exacto em que se manifesta o ritmo natural a que pertencem.
A interpretação de um tema de nascimento deverá, pois, ter em conta também os elementos agora descritos, a posição dos planetas e dos luminares nos vários signos, os seus aspectos, que, todos juntos, irão completar o quadro astrológico, numa harmoniosa e segura síntese.
Fonte: “Os segredos da Astronomia” – vol.III (Para além da ciência) | Imagem