Cronologia essencial sobre Israel
Israel – cronologia essencial
Os Hebreus (mais tarde Israelitas ou Judeus – do ponto de vista religioso) eram descendentes de tribos semitas nómadas.
Um deles, Abraão, conduziu o seu povo desde Ur, junto ao rio Eufrates, na Baixa Mesopotâmia, até Canaã, na Palestina, para fundar uma nação dedicada ao serviço do Deus único.
Cerca do ano 1700 a.C. um grupo, o dos Israelitas, instalou-se no Egipto para escapar à fome, mas, mais tarde, foram transformados em escravos.
Libertados durante o reinado de Ramsés II, regressaram à Palestina. Aí entraram em conflito com os habitantes locais, Cananeus e Filisteus.
Sob a direcção do rei David, os Israelitas derrotaram os Filisteus e instalaram a sua capital em Jerusalém.
Depois da morte do filho do rei David, Salomão, o reino dividiu-se em dois, Israel no Norte e a Judeia no Sul. Os dois reinos acabaram por ser em destruídos pelos Babilónios e os seus habitantes foram reduzidos à escravatura.
Quando os Persas conquistaram a Babilónia, cerca de 539 a.C., os israelitas foram autorizados a voltar à sua pátria.
Esta é uma das cronologias possíveis, dado que até ao período dos reis (1.000 a.C. aproximadamente) não é possível uma cronologia fidedigna da Bíblia, única fonte existente para o período anterior:
Abraão sai de Ur
Cerca de 1900 a.C. – Abraão emigra com os seus de Ur (na Baixa Mesopotâmia) para Canã;
Cerca de 1700 a.C. – Jacob e os seus partem para o Egipto;
Cerca de 1260 a.C. – O Êxodo: Moisés guia para fora do Egipto as doze tribos de Israel;
Cerca de 1220 a.C. – Os israelitas, às ordens de Josué, conquistam Canã (atual Palestina);
Cerca de 1200 a.C. – Em Israel inicia-se o período dos Juízes.
Os Juízes foram líderes carismáticos que, nos momentos de grande dificuldade, uniam e lideravam as tribos de Israel na luta contra os inimigos.
Os Israelitas acreditavam que estes líderes, eram enviados por Deus, para libertar o seu povo eleito da opressão dos inimigos, devolver-lhe a paz e a posse de suas terras.
Estes líderes agiam em nome Justiça divina e, movidos por profundo senso de fidelidade a Deus.
Eles tinham poder de reis, mas eram escolhidos por Deus. Também tinham dons de profecia, dirigindo o povo segundo a vontade do Altíssimo. (Adaptado da Wikipédia)
Cerca de 1050 a.C. – Os Filisteus conquistam Israel;
Cerca de 1030 a.C. – Samuel, último juiz Israelita, conforme indicação de Deus, unge Saul como primeiro rei de Israel. Saul leva a cabo uma rebelião com êxito contra os Filisteus;
1010 a.C. – Saul morre na batalha de Gilboa. Segue-se-lhe David (reinou sobre Judá de 1010 a 1003 a.C., e sobre o reino unificado de Israel de 1003 a 970 a.C.). Depois de uma campanha, David toma Jerusalém e transforma-a na capital do seu reino;
970 a.C. – Morte do rei David. Sucede-lhe o seu filho, Salomão;
Salomão começa a reinar
De 970 a.C. a 922 a.C. – Reinado de Salomão;
953 a.C. – Consagração do Templo de Jerusalém, construído por Salomão, com a ajuda e com materiais de Hirão de Tiro, para receber a Arca da Aliança;
Cerca de 922 a.C. – Morte de Salomão, a quem sucede o seu filho Reobão. Jeroboão revolta-se contra Roboão. O reino de Israel em dois reinos: o de Israel, ao norte, governado por Jeroboão I, e o de Judá (ou Judeia), ao sul, governado por Roboão;
854 a.C. – Ahab de Israel, Ben Hadad de Damasco e Irkhulenin de Hamath conduzem um exército para deter o avanço de Salmanasar III, apoiado pelo Egipto e por Jehoshaphat da Judeia;
842 a.C. – Jeú, um soldado israelita, dirige uma rebelião contra o filho de Ahab, Jeorão, fundando uma nova dinastia em Israel;
783 a.C. – Jeroboão II é rei de Israel até 748 a.C. e surge um período de prosperidade;
722 a.C. – Sargão II da Assíria toma a Samaria e acaba com o reino de Israel. As tribos que o formavam desaparecem;
682 a.C. – A Judeia rende-se à Assíria;
605 a.C. – Nabucodonosor II, o Grande, sobre ao trono de Babilónia até 561 a.C.. A Judeia passa ao domínio da Babilónia;
586 a.C. – Nabucodonosor II da Babilónia saqueia Jerusalém e deporta grande parte da população para o cativeiro, na Babilónia;
A propósito do cativeiro na Babilónia:
(Salmo 137)
«Junto aos rios da Babilónia
nos sentámos a chorar,
pensando em Jerusalém.
Nos salgueiros que por ali havia,
pendurámos as nossas harpas.
Os que nos tinham feito prisioneiros
pediam-nos que cantássemos.
Tinham-nos destruído
e agora queriam que estivéssemos alegres.
Exigiam-nos:
“Vamos, cantem-nos uma dessas canções da vossa terra!”
Mas como era possível que cantássemos
se vivíamos exilados?
Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
então será melhor que a minha mão direita
deixe de tocar os instrumentos;
que a língua se me pegue ao paladar,
se eu for capaz de me esquecer de ti, Jerusalém,
e se tu não fores toda a minha alegria!
Lembra-te, Senhor, do que esses edomitas fizeram
no dia em que entraram em Jerusalém.
“Arrasem-na! Arrasem-na inteiramente!”, gritavam.
Ah! Babilónia, como hás-de ser destruída!
Felizes aqueles que te fizerem o mesmo que nos fizeste a nós!
Felizes os que pegarem nos teus filhos,
e os esmagarem nas pedras!»
539 a.C. – Ciro, o fundador do império Persa, conquista a Babilónia e transforma a Judeia e a Fenícia em províncias persas;
Ciro permite o regresso de alguns judeus à Judeia
538 a.C. – Um édito de Ciro permite que alguns Judeus exilados regressem à Judeia;
520 a.C.- Retoma-se o trabalho na reconstrução do Templo de Jerusalém, que ficou concluído em 515 a.C.;
445 a.C. – O profeta Neemias reconstrói as muralhas de Jerusalém:
350 a.C. – Falha a revolta dos Judeus contra os Persas;
332 a.C. – Fim da dominação persa: Alexandre Magno conquista a Palestina. Ao fraccionar-se o seu império, os Lágidas do Egipto e os Selêucidas da Síria disputam a Palestina;
320 a.C. – Ptolomeu conquista Jerusalém;
250 a.C. – As escrituras hebraicas são traduzidas para o grego;
167 a.C. – Antíoco IV inicia a perseguição aos Judeus: adoração a Zeus no Templo de Jerusalém. Os Judeus, comandados por Judas Macabeu, revoltam-se contra Antíoco. É restaurada a adoração dos Judeus no Templo;
160 a.C. – Judas Macabeu morre na batalha contra os Sírios. Jonas Macabeu, irmão mais novo de Judas, torna-se líder dos Judeus;
157 a.C. – A Judeia torna-se um principado independente;
143 a.C. – Simão Macabeu, irmão mais velho de Judas e Jonas, torna-se líder dos Judeus;
141 a.C. – Os Judeus libertam Jerusalém, até ai ocupada pelos Sírios, e a Judeia é proclamada estado independente;
134 a.C. – João Hircano, filho de Simão Macabeu, governa a Judeia;
104 a.C. – Aristobulo I é rei da Judeia;
103 a.C. – Alexandre Janeu é rei da Judeia;
90 a.C. – Revolta dos Fariseus, na Judeia;
76 a.C. – Salomé Alexandra governa a Judeia;
67 a.C. – Hircano II governa a Judeia. Guerra civil com o irmão, Aristobulo II;
Os Romanos instalam-se na Judeia
63 a.C. – Pompeu conquista Jerusalém e anexa a Síria. Morte de Aristobulo II, rei da Judeia; Pompeio anexa a Judeia. Hircano II é nomeado sumo sacerdote da Judeia, até 40 a.C.;
De 37 a.C. a 4 a.C. – Reinado de Herodes, que reconstrói o Templo de Jerusalém. Cerca do final do seu reinado, nasce Jesus;
4 a.C. – Morte de Herodes, o Grande. O seu reino é dividido entre os filhos: Herodes Arquelau, etnarca da Samaria e Judeia, Herodes Antipas, tetrarca da Galileia, e Filipe, tetrarca da Itureia;
6 – A Judeia passa a ser uma província romana. Os romanos depõem Herodes Arquelau e nomeiam procuradores para o governo da Judeia;
18 – Caifás é o sumo sacerdote de Jerusalém;
De 26 a 36 – Pôncio Pilatos é procurador da Judeia;
27 – Baptismo de Jesus, por João, o Baptista;
28 – João, o Baptista, é executado por ordem de Herodes, a pedido de Salomé, por sugestão de sua mãe, Herodíade;
Jesus é crucificado
30 – Pilatos ordena a crucificação de Jesus;
31 – Martírio de Estêvão, o primeiro mártir cristão;
32 – Conversão de Saulo (Paulo) de Tarso ao cristianismo, a quem Jesus apareceu, quando ele ia a caminho de Damasco, para prender e trazer para Jerusalém os cristãos daquela cidade;
34 – Primeira visita de Paulo a Jerusalém, depois da sua conversão;
37 – Herodes Agripa, rei do Norte da Palestina;
44 – A Judeia volta a ser governada por procuradores;
45 – S. Paulo inicia as suas viagens missionárias;
60 – S. Paulo, levado a julgamento perante Fresto, procurador da Judeia, apela para Roma;
66 – Revolta dos Judeus contra o mau governo dos procuradores romanos;
67 – Vespasiano, general romano, é enviado para a Judeia, com o objetivo de suprimir a revolta;
69 – Vespasiano, mandado regressar da Judeia, derrota e mata Vitélio. Vespasiano torna-se imperador de Roma;
A Diáspora dos Judeus
70 – Tito, filho de Vespasiano, conquista e destrói Jerusalém, acabando com a revolta dos Judeus. Dá-se início à Diáspora dos Judeus;
O termo “diáspora” é usado com muita frequência para fazer referência à dispersão do povo judaico no mundo antigo, a partir do exílio na Babilônia no século VI a.C. e, especialmente, depois da destruição de Jerusalém em 70 d.C. Associada ao destino do povo hebreu, a palavra foi utilizada na tradução da Septuaginta (em grego) da Bíblia, onde se inscrevia como uma maldição: “Serás disperso por todos os reinos da terra.“
73 – Queda de Massada, última fortaleza dos judeus zelotas, na Palestina;
1948 – Fundação do Estado de Israel.
Fonte: Alfa Estudante – Enciclopédia Juvenil (vol I) – texto adaptado e acrescentado