A duração do ano e as suas estações

A duração do ano!

A duração de uma revolução completa da Terra na sua órbita ao redor do Sol é outra base para medir o tempo. Ao observador terrestre parece que é o Sol que se desloca em relação às estrelas e passa de Oeste para Leste pelas doze constelações do zodíaco.

O plano desta trajetória aparente do Sol, chamada elíptica, tem uma inclinação de 23º e 27’ em relação ao equador celeste.

O tempo que o Sol demora a ocupar duas vezes consecutivas o mesmo lugar no firmamento chama-se ano sideral e equivale a 365 dias, 6 horas, 9 minutos e 9,98 segundos.

O ponto da elíptica em que o Sol atravessa o equador celeste de sul a norte recebe o nome de ponto vernal ou equinócio da Primavera. Nestes dois momentos do ano (20 ou 21 de Março e 22 ou 23 de Setembro), o dia e a noite têm exatamente a mesma duração.

Os solstícios

A altura do Sol em relação ao equador celeste (chamada declinação) é máxima (23º 27’) para 20 ou 21 de Junho e 21 ou 22 de Dezembro, que são, respectivamente, o solstício de Verão e o solstício de Inverno.

No dia do solstício de Verão, o Sol está por cima do trópico de Câncer (23º 27’ de latitude norte). No dia do solstício de Inverno, por cima do trópico de Capricórnio (23º 27’ de latitude sul).

O tempo compreendido entre dois equinócios de Primavera consecutivos (365 dias, 5 horas, 48 minutos e 45,97 segundos tem o nome de ano trópico. Este ano é mais curto do que o sideral, devido à precessão dos equinócios.

O tempo das efemérides astronómicas baseia-se na translação da Terra à volta do Sol. A sua unidade é o segundo, que se define como a fracção 1/31 556 925, 9747 da duração do ano trópico 1900 (que foi escolhido como ano de referência).

No entanto, este tempo astronómico ainda não é suficientemente regular. Por isso se procurou outra unidade no tempo astronómico, que se baseia num fenómeno invariável: as vibrações do átomo de césio. Este segundo atómico equivale a 9 192 631 770 vibrações do dito átomo.

 

Para ler: O que saber sobre as quatro estações do ano em Portugal

 

O ritmo das estações

Ao longo do ano, enquanto a Terra gira à volta do Sol, sucedem-se as estações. No Inverno faz frio e no Verão calor. Que explicação têm estas variações?

Já vimos que a órbita da Terra é uma elipse. Na realidade, podemo-la considerar como um círculo ligeiramente deformado, já que a distância do Sol à Terra varia muito pouco num ano.

No entanto, há algo que pode parecer surpreendente: a Terra encontra-se no seu periélio (menor distância ao Sol) no princípio de Janeiro e no seu afélio (mais distância ao Sol) no princípio de Julho. Pois bem, no hemisfério norte, é em Janeiro que faz mais frio.

Enquanto os habitantes deste hemisfério tiritam de frio, os do hemisfério sul transpiram de calor. Não há, pois, qualquer relação entre a distância Sol – Terra e as estações.

A sucessão das estações depende, na realidade, da inclinação do eixo da Terra na sua órbita. Como o eixo da Terra está sempre orientado na mesma direção do espaço, as diversas regiões do globo terrestre recebem a luz do Sol de maneira desigual.

Dias e noites de seis meses

Por volta do dia 21 de Março (equinócio da Primavera no hemisfério boreal e do Outono no hemisfério austral), os dois polos recebem a luz do Sol e os dois dias e as noites têm a mesma duração. É o começo da Primavera e do Outono, respectivamente.

A seguir,

– o Polo Norte vai ficando cada vez mais próximo do Sol e recebe os seus raios durante seis meses consecutivos,

– enquanto o Polo Sul vai entrando numa obscuridade que também dura seis meses.

Por volta do dia 21 de Junho (solstício de Verão e de Inverno, respectivamente no Polo Norte e no Polo Sul), as regiões situadas a norte do círculo polar ártico (66º 33’ de latitude norte) recebem a luz do Sol durante 24 horas. É o que se chama o Sol da meia-noite.

Como os dias são longos e o Sol está muito alto no firmamento, faz calor no hemisfério norte e frio no hemisfério sul, que tem dias mais curtos e onde o Sol está mais baixo no firmamento. Mais abaixo do círculo polar antártico (66º 33’ de latitude sul) não brilha o Sol pelo menos durante 24 horas a 21 de Junho.

Por volta do dia 23 de Setembro, os dias e as noites voltam a ser iguais em duração. O Polo Norte acha-se orientado para o outro lado do Sol enquanto o Polo Sul começa a sair da noite Invernal. Começa, assim, o Outono no hemisfério norte e a Primavera no hemisfério sul.

Para concluir o ciclo, por volta do dia 21 de Dezembro, começa o Inverno no hemisfério norte e o Verão no hemisfério sul.

Fonte: Alfa Estudante – Enciclopédia Juvenil (vol. I) texto editado