O essencial sobre Alexandre Magno e o Helenismo
Alexandre Magno
Alexandre Magno tornou-se lendário. Até as literaturas orientais o mencionam, umas vezes como conquistador da China, outras como dono do mundo.
Os árabes recordam as suas façanhas e transformam o seu nome em Al Iskandar. E os beduínos egípcios julgam estar a vê-lo quando, vinte e um séculos mais tarde, Napoleão atinge as margens do Nilo.
No mundo grego do ano 336 a. C., Alexandre, filho de Filipe II, rei da Macedónia, tem apenas vinte anos quando sobre ao trono. Herda do pai um Estado poderoso, estável e com um exército disciplinado.
Cronologia essencial sobre Alexandre Magno e o Helenismo
Ano 359 a. C. – Filipe II sobe ao trono da Macedónia.
Ano 356 a. C. – Nasce Alexandre, filho de Filipe II.
Ano 351 a. C. – Demóstenes, o melhor orador da Antiguidade, pronuncia a sua Primeira Filípica contra o imperialismo macedónio.
Ano 343 a. C. – Aristóteles é nomeado preceptor de Alexandre.
Filipe, rei da Macedónia, escolheu para perceptor de seu filho no ilustre filósofo Aristóteles, também macedónio. Entre os 13 e os 16 anos, Alexandre gozou, pois, de um ensino de grande qualidade. O seu espírito abriu-se à reflexão, à ciência, às artes e às letras, e, particularmente, à história e à medicina.
No entanto, a influência do mestre teve os seus limites, porquanto as suas teorias políticas e éticas não foram assimiladas pelo discípulo. Por exemplo, Alexandre afastou-se da noção da cidade-Estado, considerada pelo filósofo como o modelo da civilização: só um império tão vasto como o mundo poderia satisfazê-lo.
Ano 338 a. C. – Filipe vence Atenas e os seus aliados em Queroneia, e converte-se no poder supremo da Grécia.
Ano 336 a. C. – Assassinato de Filipe; Alexandre é proclamado rei. Na Pérsia sob ao trono Dario III Codomano.
Ano 335 a. C. – Alexandre arrasa Tebas, que se tinha levantado contra a Macedónia.
Ano 334 a. C. – Alexandre inicia a campanha contra os Persas: passa o Helesponto e vence um exército persa no Grânico. Aristóteles regressa a Atenas e funda o Liceu.
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Alexandre vence Dario
Ano 333 a. C. – Alexandre vence Dario em Isso.
Tanto na batalha do rio Grânico como na de Isso, a estratégia – e o resultado – é a mesma: as alas do exército macedónio avançam em sentido oblíquo e voltam-se depois para o centro, apertando, como uma tenaz, o exército persa, que cede e se lança em fuga.
Ano 332 a. C. – Assédio de Tiro.
Ano 331 a. C. – Fundação de Alexandria, no Egipto. Vitória de Arbelas. Tomada de Babilónia, capital persa de Inverno, e de Susa, capital de Verão. Alexandre proclama-se rei da Ásia.
Ano 330 a. C. – Alexandre incendeia Persépolis. Dario é assassinado pelo sátrapa Bessos.
Persépolis, autêntico oásis no deserto do Irão, era o grande centro de diversão dos soberanos persas. Alexandre Magno não hesitou em arrasar os palácios sumptuosos, pelo que hoje não resta nem traço das paredes de tijolo.
Só se conservam, como vestígios do passado esplendor, as portas de pedra e baixo-relevos finamente lavrados que documentam a história de Dario, de Xerxes e do seu povo.
Ano 329 a. C. – Campanha do Irão oriental.
Ano 328 a. C. – Alexandre casa-se com a princesa bárbara Roxana. Num acesso de cólera, mata Clitos, seu amigo de infância.
Ano 326 a. C. – Alexandre cruz o rio Indo e vence o rei Poro, mas as suas tropas obrigam-no a regressar.
Ano 325 a. C. – Alexandre volta a Persépolis por Gedrósia e Carmânia. Manda executar Calistenes, sobrinho de Aristóteles.
Ano 324 a. C. – Alexandre incita os seus soldados a que se casem com mulheres persas. Ele próprio casa-se com uma filha de Dario. Babilónia converte-se em capital do seu império.
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Alexandre morre na Babilónia
Ano 323 a. C. – Morte de Alexandre em Babilónia. Os seus generais repartem o poder. A guerra dos diádocos («sucessores») durará até ao ano 280 a. C.
Onze anos separam a passagem do Helesponto, do começo da expedição, da repentina morte do conquistador de Babilónia. Um exército de 35.000 homens, disciplinado e perfeitamente organizado, tirará proveito do sentido táctico do seu chefe. Mas Alexandre Magno não se contenta com façanhas militares: além disso, realiza hábeis campanhas diplomáticas que lhe abrirão as portas do oriente e lhe permitirão reinar naquele império «tão vasto como o mundo» com que ele sonhara.
Ano 322 a. C. – Morre Aristóteles. Apeles, o retratista oficial de Alexandre, pinta a sua Afrodite a sair do mar.
Ano 310 a. C. – Morre Lísipo, o escultor predilecto de Alexandre.
Ano 306 a. C. – Epicuro começa a dirigir uma escola de filosofia nos seus jardins de Atenas.
O filósofo Epicuro fundou em Atenas a escola do Jardim, à entrada da qual os seus discípulos podiam ler: «Amigo, viverás feliz; A nossa meta é encontrar o prazer.» Sempre otimista, poucas horas antes de morrer, escrevia: «Neste dia feliz, embora seja o último da minha vida…». Hoje aplica-se o termo epicurista à pessoa que procura desfrutar dos prazeres da existência.
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Biblioteca de Alexandria
Ano 305 a. C. – Fundação da famosa Biblioteca de Alexandria.
Ano 300 a. C. – Zenão de Cítio funda, em Atenas, a escola estóica de filosofia. Euclides estabelece-se em Alexandria, onde apresentará a geometria de forma articulada.
Não conservamos nenhuma obra do pensador Zenão de Cítio, nascido em Chipre. Este pensador obteve um grande êxito em Atenas, onde assentou as bases do estoicismo. A sua ética cifrava o bem supremo no esforço e na impassibilidade face ao sofrimento.
Ano 291 a. C. – Morre Menandro, o principal representante da Comédia Nova.
Ano 289 a. C. – Aristarco escreve um livro sobre as dimensões e as distâncias do Sol e da Lua. Anos depois sustentará, pela primeira vez, que a Terra gira em torno de si mesma e à volta do Sol.
Ano 280 a. C. – Teócrito, o maior poeta alexandrino, cria a literatura pastoril. É erigido o Colosso de Rodes.
Ano 230 a. C. – Eratóstenes calcula a circunferência terrestre, faz um mapa do mundo e estabelece um calendário de onde deriva o nosso.
Ano 212 a. C. – Morre Arquimedes, que foi, sem dúvida, o maior matemático, físico e engenheiro da Antiguidade.
Fonte: Alfa Estudante | Enciclopédia Juvenil – vol.I