Lenda do Pinheiro de Natal – Tradições
A Árvore de Natal
A tradição de enfeitar árvores tem origem em costumes pagãos anteriores ao cristianismo. Alguns povos, durante as festividades ligadas à natureza e à fertilidade da terra, elegiam uma árvore como símbolo dessa força da natureza.
Este era um costume presente em muitas culturas do mundo antigo, desde os egípcios aos helénicos (gregos), romanos e sobretudo os celtas.
Com o estabelecimento do cristianismo, tal costume passou a ser proibido.
Foi só com surgimento dos movimentos protestantes, iniciados pelo alemão Martinho Lutero, que a prática de decoração de árvores foi retomada e introduzida nas celebrações de Natal. Talvez, muito provavelmente, como modo de desafio às proibições da igreja católica.
Assim nasceu o conceito da árvore de Natal.
A adoção de tal prática – hoje em dia indissociável da época natalícia – não foi rápida e encontrou mais resistência nos países em que a igreja católica exercia muita influência.
Em Portugal, por exemplo, somente no século XIX é que a árvore de Natal passou a ocupar um lugar nos lares durante a época do Natal.
A árvore de Natal é, por tradição, uma árvore conífera (pinheiros, ciprestes, abetos), não só porque são o tipo mais comum de árvore na Europa mas também porque estão verdes o ano todo, simbolizando por isso a perfeição e a vida.
Em Portugal, é o pinheiro a árvore de Natal por excelência e indissociável à época.
O Pinheiro de Natal
Na região transmontana conta-se uma lenda sobre a origem do Pinheiro de Natal. Segue-se a lenda:
«Diz-se que quando Jesus nasceu as árvores de todo o mundo floresceram e revestiram-se de flores nesse dia. Todas, exceto o pinheiro.
Sendo o pinheiro uma árvore que não produz flores, tudo o que lhe nasceu foram pinhas, e apesar de ter muito orgulho nelas, ele viu que, ao lado das outras árvores, tinha um aspeto muito humilde.
Por isso entristeceu-se e envergonhou-se por não conseguir homenagear o nascimento do menino Jesus com a mesma beleza das outras árvores.
Ouvindo o seu lamento, os anjos apiedaram-se da sua condição e decidiram ajudá-lo. Do céu colheram estrelas e com elas foram-lhe enfeitar os ramos.
O pinheiro ficou radiante e brilhou com tanta luz que gente de muito longe avistou o pinheiro iluminado no meio da serra e veio ver o que era aquilo.
E a todos os que chegavam, o pinheirinho dizia: — Alegrem-se! Hoje nasceu o Salvador do Mundo!
A partir desse dia, o pinheiro passou a ser celebrado como a árvore que se decora por altura do Natal em comemoração no nascimento do menino Jesus.»
(Da tradição popular portuguesa | Retirado do Almanaque de Santa Zita 2017)