Mahatma Gandhi: o apóstolo da não violência (1869-1948)
Mahatma Gandhi
foi a força impulsionadora por detrás da conquista da independência da Índia do domínio inglês. Projetou a nova tática de resistência passiva não violenta e a desobediência civil para conquistar a liberdade. Gandhỉ reuniu na sua pessoa as aspirações dos Indianos de todos os credos religiosos.
Mohandas Karamchand Gandhi, mais tarde conhecido por «Mahatmna» («santo», ou «grande alma») foi educado em Londres. Estudou Direito e tornou-se advogado em Bombaim.
Advogado na África do Sul
Exerceu a advocacia na África do Sul e foi aí que desenvolveu as suas ideias de desobediência civil e a satyagraha (manter-se verdadeiro em relação à alma).
Passou vinte e um anos na África do Sul, a trabalhar para acabar com a opressão do governo do Transval sobre a comunidade indiana aí residente.
Acreditava que a liberdade não se podia conseguir pela força, não só porque provocaria maior repressão, mas também porque a violência era nefasta para o bem-estar da alma.
Em 1914, recebeu a promessa de melhor tratamento por parte do primeiro-ministro da África do Sul, Smuts, e regressou à Índia.
Em 1919, os soldados britânicos dispararam sobre uma manifestação, em Amritsar, matando trezentos e setenta e nove civis indianos indefesos. Este incidente confirmou o compromisso de Gandhi por uma solução não violenta.

Líder do Partido do Congresso
Ganhou o controlo do Partido do Congresso e converteu esse partido num movimento de massas.
Em 1921, prometeu que a desobediência civil iria acabar com o domínio dos Ingleses dentro de um ano. Seguiu-se uma onda enorme de greves, boicotes a mercadorias de fabrico inglês, recusa a reconhecer os tribunais ou a pagar impostos. A tática não conseguiu ter êxito imediato, porém, estabeleceu-se que Gandhi era o dirigente do movimento para a independência da Índia.
Gandhi foi preso quatro vezes pelos Ingleses, mas os seus métodos foram, a longo curso, bem sucedidos ao fazer com que a Inglaterra alterasse o seu ponto de vista em relação ao Império, e acabasse por reconhecer o direito dos Indianos à independência.
Gandhi manteve a sua oposição à violência. Quando sentiu que os Ingleses estavam a faltar às promessas de amplas liberdades, em vez de incitar à revolta, foi numa grande peregrinação ao mar, para fazer sal.
O ato de fazer sal era uma prerrogativa do Governo, e este era um protesto altamente eficaz, mesmo que voltasse a colocar Gandhi na prisão.
Homem simples
Gandhi era um homem muito simples que usava apenas uma túnica grosseira, andava descalço e fiava os seus próprios fatos com a roda de fiar tradicional.
Era tal a sua influência sobre o povo indiano que nos últimos anos do domínio inglês conseguiu deter os tumultos violentos e sangrentos ao jejuar e ao recusar-se a voltar a comer até que parasse o banho de sangue.
A independência da Índia foi finalmente concedida, em 1947, mas Gandhi não viveu muito tempo para a gozar.
Em 30 de Janeiro de 1948, foi morto a tiro por um extremista hindu, Nathuram Godse. O assassino ficou indignado com o facto de Gandhi ter aceite a divisão do território em dois países: a Índia e o Paquistão.
A roda de fiar de Gandhi tornou-se no símbolo da nova Índia.

Fonte: “Personagens da História”