O Calendário Azteca ou Asteca | História dos calendários
O Calendário Azteca ou Asteca
Os astecas, que dominaram a Mesoamérica entre os séculos XIV e XVI, desenvolveram um sistema calendário complexo que reflete sua rica cultura e profundos conhecimentos astronómicos.
Eles utilizavam dois calendários distintos que se interligavam: o Tonalpohualli e o Xiuhpohualli.
Tonalpohualli
O Tonalpohualli, ou “contagem dos dias”, é um calendário sagrado e ritualístico, composto por 260 dias.
Este ciclo é dividido em 20 trezenas (seções de 13 dias), cada uma associada a um deus específico.
Os dias são nomeados a partir de uma combinação de 20 símbolos diários e números de 1 a 13.
Este calendário era essencial para os astecas, orientando eventos religiosos e decisões importantes, como a escolha de nomes e a realização de cerimônias.
Xiuhpohualli
O Xiuhpohualli, ou “contagem dos anos”, é um calendário solar de 365 dias, dividido em 18 meses de 20 dias cada, totalizando 360 dias, com um período adicional de 5 dias chamados Nemontemi.
Estes dias eram considerados desfavoráveis e cheios de mau presságio.
Cada um dos 18 meses tinha um nome específico e estava associado a certas festividades e rituais agrícolas, refletindo a profunda conexão dos astecas com os ciclos naturais e agrários.
Ciclo de 52 Anos
Uma característica única do sistema asteca é o ciclo de 52 anos, chamado Xiuhmolpilli ou “amarração dos anos”.
Este ciclo resulta da combinação dos calendários Tonalpohualli e Xiuhpohualli, onde cada 52 anos solares, ambos os calendários voltavam ao seu ponto inicial simultaneamente.
Este evento era de grande importância e simbolismo para os astecas, marcando um período de renovação e refletindo a crença na continuidade e renascimento do tempo.
Mais informações
O calendário azteca era basicamente igual ao dos maias.
O ano tinha início no solstício de Inverno, com um ciclo de 18 meses de 20 dias cada e mais um curto período, ou mês diminuto, de 5 dias.
Com 104 anos comuns, tinha-se um grande ciclo no qual intercalavam 25 dias.
Essa exatidão do ciclo de 260 anos sagrados em relação ao exato movimento do Sol possuía uma diferença de apenas 0,01136 de dia, ou seja, um pouco mais de um centésimo de dia.
O calendário azteca dava aos dias nomes próprios que correspondiam a números de ordem no decorrer do mês. Os dias corriam de 1 a 20, e os festivais eram comemorados no último dia do mês.
A escrita da data informava o ano em curso, o número e o nome do dia, sem mencionar o dia do mês e o próprio mês. Para citar uma ocorrência de longa duração, os aztecas informavam apenas o ano em curso.
Os meses no calendário azteca eram 18, totalizando 360 dias, mais cinco dias suplementares, denominados Nemotemi ou “dias vazios“.
A civilização Asteca ou Azteca
Os Astecas ou Aztecas, originários do Norte do México, estabeleceram-se, no século XIV, no vale do México.
Submeteram as populações vizinhas (Toltecas, Olmecas, Zapotecas, etc.), herdeiras de brilhantes civilizações, e constituíram, do Pacífico ao Atlântico, um vasto império notavelmente organizado.
Possuíam uma escrita composta por sinais simbólicos, um calendário, e notáveis conhecimentos de astronomia, botânica e medicina.
Em 1325, após dois séculos de migração do noroeste do México, os Astecas estabelecem-se num ilhéu do lago Texcoco e fundam Tenochititlan (a actual Cidade do México).
Em 1428, quando já levavam mais de um século como mercenários e tributários de Azcapotzalco (um senhorio situado na beira do lago), tornaram-se independentes. Inicia-se, então, um século de expansão político-militar. Atinge o auge cultural.
Em 1521, Hérnan Cortez conquista definitivamente o império asteca.
Os sumos-sacerdotes e os altos chefes militares formavam a aristocracia deste povo, que fazia a guerra para conseguir prisioneiros e sacrificá-los aos seus deuses.
O estrato médio era formado por artesãos e comerciantes. E o básico por camponeses – que cultivavam os seus produtos em ilhas artificiais chamadas «chinampas» – e pescadores.
O estrato mais baixo era o dos escravos, prisioneiros de guerra.
Os Astecas aceitavam os deuses dos povos dominados, como
– Quetzcoatl, a «serpente emplumada»,
– e Tezcatlipoca, deus tolteca da guerra.
O principal deus de origem asteca era Huitzilopochtli, protector e guia dos astecas na sua migração.
Os Astecas realizavam frequentes sacrifícios humanos, às vezes de milhares de vítimas, sobretudo arrancando-lhes o coração. Para capturar as vítimas, empreendiam «guerras floridas».
Tinham uma escrita rudimentar e um calendário muito exato.
Destacaram-se como
– arquitetos (pirâmides coroadas por templos),
– escultores (Pedra do Sol, estátuas de deuses e animais, máscaras)
– e ourives.
Da sua pintura conservam-se valiosos códices.
Fonte: Enciclopédia Alfa Estudante – Vol. II