O calendário judaico ou hebraico | História dos calendários
O calendário judaico ou hebraico
“Luach” é a designação dada ao calendário judaico ou hebraico, usado exclusivamente no judaísmo, em particular no que diz respeito à celebração de festas e acontecimentos judaicos.
O calendário hebraico é um calendário do tipo lunissolar, cujos meses são baseados nos ciclos da Lua. Isto é, cada mês inicia-se com a lua nova, ou seja, quando se verifica a visualização do primeiro reflexo de luz sobre a superfície lunar.
Por sua vez, o ano é adaptado regularmente de acordo com o ciclo solar. Por isso ele é composto alternadamente por anos de 12 ou 13 meses.
O grande problema com o calendário lunar é que se o compararmos com o calendário gregoriano, verificamos que num ano solar temos 12,4 meses lunares. Dá origem a uma diferença a cada ano de aproximadamente 11 dias.
Para compensar esta diferença, em cada ciclo de 19 anos acrescenta-se um mês inteiro (Adar II): no terceiro, sexto, oitavo, décimo-primeiro, décimo-quarto, décimo-sétimo e décimo-nono anos desse ciclo.
Nos tempos bíblicos, o começo do mês era definido a partir da observação direta feita por pessoas designadas para este fim.
O atual calendário judaico foi fixado por Hilel II (estudioso judeu e fundador de uma dinastia de patriarcas ou chefes espirituais do judaísmo) em 358 d.C. Tal aconteceu após estudos e discussões realizadas entre os sábios da época.
Ele foi criado para dar resposta às necessidades de um calendário permanente para as comunidades da diáspora (judeus que viviam fora de Israel).
A fixação dos meses
Os meses são fixados através de um cálculo complexo que tem em consideração uma série de parâmetros religiosos, e que foram adicionados por rabinos da época do Talmude.
Por exemplo, o primeiro dia do ano não pode ser num domingo, nem quarta-feira, nem sexta-feira. Também foi determinado que os meses de Cheshvan e Kislev podem ter ou 29 ou 30 dias, de acordo com o ajuste necessário para o começo do ano seguinte.
Rosh Hashaná, nome dado ao ano novo judaico, ocorre no primeiro dia do mês de Tishrei, que é o primeiro mês do ano no calendário judaico rabínico, sétimo mês no calendário bíblico e nono mês no calendário gregoriano (Setembro/Outubro).
Verifica-se, assim, que o calendário civil judaico não coincide com o ano religioso.
O primeiro mês do calendário religioso tem o nome de Nisan, quando temos a comemoração de Pessach (Páscoa), enquanto que o primeiro mês do calendário civil é designado por Tishrei.
Os meses do calendário judaico têm nomes adaptados do antigo calendário babilónico e são maiores do que os meses do calendário romano.
O nome dos meses e dos dias
A Bíblia contém o nome de sete meses que os judeus usam até hoje, que são:
– Kislev
– Tebeth
– Shebat
– Adar
– Nisan
– Sivan
– Elul.
Os dias da semana são sete, e têm a seguinte designação:
– Iom rishon (Domingo)
– Iom Sheni (segunda)
– Iom Shlishi (terça)
– Iom Revii (quarta)
– Iom Chamishi (Quinta)
– Iom Shishi (Sexta)
– Shabat (sábado).
De acordo com a tradição judaica, o respetivo calendário teve início com a criação, por Deus, de Adão, o primeiro homem, ao sexto dia.
A data tida como coerente à criação do homem “sobre a face da terra” é 3.760 a.C.. Ou seja, os dias iniciaram-se, segundo o Antigo Testamento (Livro do Génesis) ao pôr-do-sol do quinto dia (5ª feira – Yom Shishi), 7 de outubro de 3.760 a.C.
Para se saber em que ano judaico estamos, basta acrescentar 3.760 ao ano do calendário gregoriano (levando em consideração que nos meses de setembro/outubro, começo do ano judaico, se acrescenta um a mais ao ano corrente).
Ou seja, o ano de 2016 será o ano de 5.776 judaico, mas a partir de setembro/outubro de 2016 começa o ano de 5.777 judaico.
Conheça as festas do calendário judaico ou hebraico.