O genocídio do povo judeu pelo Terceiro Reich
O genocídio do povo judeu pelo Terceiro Reich
A perseguição e a discriminação aos judeus na Alemanha começou em 1933, imediatamente após a subida de Hitler ao poder.
Na Conferência de Wannsee (1942), o regime nazi adoptou a «solução final».
Em 20 de Janeiro de 1942, altos funcionários nazis, membros das SS e da polícia reuniram-se na sede da Interpol, em Berlim.
O ministro Hermann Göring confiou a Reinhard Heydrich, chefe da polícia política, a tarefa de encontrar uma «solução final para a questão judaica», sendo este o tema da conferência.
A partir desse momento deixou de haver qualquer esperança de sobrevivência para os Judeus: faltava apenas determinar como seriam exterminados, tema que foi declarado segredo de estado.
A maioria dos assassinos não tinha remorsos. Para eles, os Judeus eram um povo inferior, inimigo da Humanidade.
Adolf Hitler, antissemita doentio, tornou realidade a sua «profecia» de 30 de Janeiro de 1939: não seria autorizada a emigração para fora da Europa, nem haveria qualquer gueto na Europa oriental; os Judeus deviam ser exterminados.
Como a execução de fuzilamentos sumários, que não conseguiam manter-se em segredo, se tornava duro até para os próprios executores mais sanguinários, adoptou-se o sistema de genocídio por meio de gás letal em campos de concentração construídos expressamente para o efeito, algo que já se tinha experimentado com o chamado «programa da eutanásia», ou seja, a destruição da vida indigna de ser vivida.
Em princípios de 1942 começaram a circular comboios carregados de judeus da Europa ocupada pelos Nacionais-Socialistas, com destino aos campos de extermínio.
Pela primeira vez na história, um grupo de seres humanos acabava com a vida de outros grupos de seres humanos.
O campo de concentração de Auschwitz-Birkenau converteu-se na quinta-essência do terror. Nas suas câmaras de gás morreram milhão e meio de pessoas.
Assim que chegava um novo carregamento, os oficiais e os médicos das SS classificavam os novos prisioneiros em aptos para o trabalho e não aptos.
Estes últimos eram imediatamente enviados para as câmaras de gás, a que os nazis chamavam «o duche».
Os restantes eram obrigados a trabalhar até ao limite das suas forças.
No princípio, Auschwitz foi concebido como campo de trabalho para a empresa Monowitz, do grupo I. G. Farben, que, além de borracha sintética, fabricava também o gás letal zyklon B.
Em 1 de Novembro de 1944, o chefe das SS, Heinrich Himmler, ordenou o fim das execuções em massa nas câmaras de gás.
Os prisioneiros foram forçados a dirigir-se a pé para outros campos de concentração e milhares deles morreram de doença e de esgotamento.
Face à progressão do Exército Vermelho, grande parte das câmaras de gás e dos fornos crematórios foi dinamitado.
Em 1925 havia meio milhão de judeus na Alemanha (De acordo com o Censo de 1925, havia 564.973 judeus registrados vivendo na República de Weimar, 71,5% dos quais na maior província da Alemanha, a Prússia 1). Metade perdeu a vida nos campos de extermínio e a outra metade salvou-se pela imigração.
De entre os que permaneceram na Alemanha, foram escassos os sobreviventes.
Nas lápides evocativas de lad Vashem, em Jerusalém, estão inscritos cerca de 4 milhões de nomes de judeus europeus que pereceram no holocausto.
O verdadeiro número, porém, anda à volta de 6 milhões de pessoas.
Acontecimentos fatídicos da perseguição aos Judeus

15-9-1935 – Leis de Nuremberga
Com o boicote, iniciado a 1 de abril de 1933, o Partido Nazi agiu publicamente pela primeira vez contra os Judeus, após a tomada do poder.
A partir desse momento sucederam-se as difamações e as humilhações infligidas à população judia.
Com a promulgação das chamadas «leis da cidadania alemã» e a «salvaguarda do sangue e da honra alemães», que foram aprovadas no congresso que o partido realizou na cidade de Nuremberga, os Judeus foram relegados para a condição de cidadãos de segunda.
Acresce que se proibiram os casamentos entre judeus e arianos, sendo os primeiros destituídos da cidadania do Reich.
Deste modo, as leis de Nuremberga serviram de fundamento jurídico para a perseguição aos judeus na Alemanha.

9-11-1938 – Noite de Cristal
O atentado contra um conselheiro da Embaixada alemã em Paris, perpetrado por um judeu polaco, serviu de pretexto ao governo alemão para organizar um progrom contra os Judeus.
As SS destruíram muitas lojas, sinagogas e habitações e numerosas pessoas foram espancadas, deportadas e assassinadas.

15-11-1940 – Gueto de Varsóvia
Dentro do plano de ações criminosas contra a população judia nos territórios ocupados pelos nacionais-socialistas, cabe mencionar a criação do gueto de Varsóvia.
Milhares de judeus foram deportados para campos de extermínio nos anos que se seguiram.
Em 1943, os habitantes do gueto de Varsóvia revoltaram-se, mas foram barbaramente reprimidos por unidades das SS.

15-9-1941 – Estrela judia
Os judeus alemães eram obrigados a usar na sua indumentária uma estrela de David amarela, com a palavra «judeu» inscrita, a partir dos 6 anos de idade.
Só podiam deixar as suas casas com uma autorização expressa para esse efeito.
1 Fonte
in “História do século XX – Década a década”