O que importa saber sobre a história dos calendários
Os calendários são sistemas de contagem do tempo, fundamentais para a organização da vida em sociedade.
A história dos calendários é tão antiga quanto a própria civilização humana, refletindo a necessidade de medir o tempo para a agricultura, a religião, o comércio e a administração.
Calendário Egípcio
Um dos primeiros calendários foi criado pelos egípcios, há cerca de 5000 anos.
O calendário egípcio baseava-se no ciclo solar e era composto por 12 meses de 30 dias cada, totalizando 360 dias.
Adicionalmente, havia um período de cinco dias dedicados a festividades religiosas, resultando em um ano de 365 dias.
O surgimento da estrela Sírius no horizonte oriental, que ocorria anualmente pouco antes da inundação do Nilo, também era um evento crucial que marcava o início do ano novo egípcio.
Calendário Babilónico
Os babilónios, por sua vez, desenvolveram um calendário baseado no ciclo lunar, com meses de 29 ou 30 dias, totalizando aproximadamente 354 dias.
Para alinhar este calendário com o ano solar, eles inseriam meses adicionais periodicamente.
O calendário babilónico era um calendário lunar-solar teve grande influência nos calendários subsequentes, incluindo o hebraico e o grego.
Calendário Romano
O calendário romano, antes da reforma juliana, era um misto de ciclos lunares e solares.
Inicialmente, o calendário romano tinha 10 meses, com um total de 304 dias, o que causava um desalinhamento significativo com o ano solar.
No século VII a.C., o rei Numa Pompílio introduziu janeiro e fevereiro, ajustando o calendário para 355 dias. Mesmo assim, eram necessárias constantes correções.
Reforma Juliana
Em 46 a.C., Júlio César, aconselhado pelo astrónomo Sosígenes de Alexandria, reformou o calendário romano, criando o calendário juliano.
Este novo calendário baseava-se no ciclo solar, com um ano de 365 dias divididos em 12 meses, e introduziu o conceito de ano bissexto, adicionando um dia extra a cada quatro anos.
Esta reforma foi fundamental para alinhar o calendário com o ano solar e foi amplamente adotada na Europa e nas suas colónias.
Calendário Gregoriano
No século XVI, tornou-se evidente que o calendário juliano não era perfeito.
Devido ao pequeno erro de cálculo no ano bissexto (um ano juliano tem 365,25 dias, enquanto o ano solar tem aproximadamente 365,2422 dias), o equinócio da primavera estava a ocorrer cada vez mais cedo.
Para corrigir este desvio, o Papa Gregório XIII implementou uma nova reforma em 1582, criando o calendário gregoriano.
Esta reforma eliminou 10 dias do calendário e ajustou a regra dos anos bissextos: anos divisíveis por 100 não seriam bissextos, a menos que fossem divisíveis por 400.
Este calendário é o mais amplamente utilizado no mundo hoje.
Para ler: O Calendário na Península Ibérica
Calendário Asteca
Os astecas, que dominaram a Mesoamérica entre os séculos XIV e XVI, desenvolveram um sistema calendário complexo que reflete sua rica cultura e profundos conhecimentos astronómicos.
Eles utilizavam dois calendários distintos que se interligavam: o Tonalpohualli e o Xiuhpohualli.
Saber mais sobre o calendário asteca.
Calendário Maia
Os maias, outra grande civilização da Mesoamérica, desenvolveram um sistema calendário ainda mais complexo, influenciando os astecas e outras culturas da região.
Eles utilizavam vários calendários interligados, dos quais os mais importantes são o Tzolk’in, o Haab’ e a Conta Longa.
Calendário Inca
O calendário inca é um dos menos conhecidos entre os sistemas de contagem do tempo desenvolvidos pelas grandes civilizações pré-colombianas da América do Sul.
Os incas, que dominaram a região dos Andes entre os séculos XIII e XVI, criaram um calendário sofisticado que refletia a sua profunda conexão com a agricultura, a religião e a astronomia.
Calendários Modernos
Além do calendário gregoriano, existem outros sistemas calendários ainda em uso, refletindo a diversidade cultural e religiosa do mundo.
O calendário muçulmano ou islâmico, por exemplo, é um calendário lunar puro, com anos de 354 ou 355 dias, usado para determinar as datas dos eventos religiosos islâmicos.
O calendário hebraico é lunissolar, combinando meses lunares com anos solares ajustados por meses intercalares, sendo usado para as festividades judaicas.
O calendário chinês é um dos mais antigos registos cronológicos que há na história dos povos, e é um calendário lunisolar e astronómico. Para a sua elaboração é necessário conhecerem-se os momentos em que acontecem certos fenómenos astronómicos. Isto é, este calendário necessita de um calendário auxiliar, que pode ser, por exemplo, o calendário gregoriano.
Conclusão
A história dos calendários é uma jornada de inovação e adaptação contínua.
Desde as antigas civilizações até os dias atuais, a humanidade tem desenvolvido métodos cada vez mais precisos para medir o tempo.
Estes sistemas são fundamentais para a organização da sociedade, influenciando diversos aspetos da vida quotidiana, desde a agricultura até as celebrações religiosas.