Os primeiros tempos da Música – o essencial
A pré-história
Na sua origem, a música tem uma função mágica, como acontece atualmente nas tribos primitivas do Amazonas, da Indonésia e da selva africana.
O canto, a dança e a mímica são anteriores às mais antigas pinturas rupestres.
No Paleolítico Superior, há cerca de 40 000 anos, utilizavam-se já instrumentos como o arco musical e a flauta perfurada.

A antiga Mesopotâmia – Suméria
Esta é uma civilização centrada na religião como nenhuma outra.
A música é interpretada por sacerdotes e músicos profissionais.
Conservou-se o texto de certos hinos ou preces, a maior parte dos quais eram cantados e acompanhados com harpa, com uma lira ou qualquer outro dos instrumentos então conhecidos.
Também a gama de timbres disponível era particularmente extensa.

Egipto
As pinturas e as esculturas mostram-nos que a harpa, a lira, a trombeta e o timbale eram conhecidos
nas margens do Nilo.
Graças à posição da mão sobre a harpa é possível saber que acorde emitia o instrumentista naquele momento.
Ao que parece, não existia nenhum tipo de notação musical. Mas a quironomia (a linguagem dos dedos e das mãos permitia ao cantor obter de quem o acompanhava a sequência de notas desejada.
Hinos brilhantes celebravam Hathor, deusa do amor e da música, assim como as outras divindades.
Uma música profana presidia aos banquetes, vindimas, colheitas e festas campestres.
A polifonia a duas ou a três vozes já existia então.
Grécia
Os filósofos ocuparam-se frequentemente da música, fonte de sabedoria e purificação, matemática misteriosa, síntese perfeita da poesia, do drama, da dança e do canto.
Na hierarquia social, o músico situa-se acima do escultor. O mousikos era considerado como um sábio na antiga Grécia.
A primeira notação musical – ainda muito sucinta – remonta ao século XV antes da nossa era: Pitágoras defendia que o universo é regido por leis numéricas, que são também as da música.
A escala diatónica é semelhante à nossa escala natural de sete graus, mas o seu emprego é mais complicado: é constituída por 24 intervalos que formam «modos» e «harmonias».
O instrumento favorito dos Gregos, a cítara, aparece nas representações de Apolo, deus da música.
Precursor do oboé e do clarinete, o aulós pode ser provido de várias embocaduras: estas permitem produzir os sons mais variados, principalmente o da flauta.
Os instrumentos de arco, pelo contrário, ainda não eram conhecidos.
A música, sempre monódica (uma única voz), era às vezes composta por grandes poetas (Eurípides, Ésquilo, Safo).

Roma
A música e a poesia separam-se: pela primeira vez na história, a música converte-se em pura diversão; a sua função ética e religiosa desaparece.
Bailarinos e músicos são, com algumas exceções (Nero), escravos.
No circo, o público escuta o órgão hidráulico importado do Egipto e imponentes fanfarras.
A música religiosa desapareceu: renascerá, para um novo culto, nas catacumbas, onde se refugiam os primeiros cristãos durante as perseguições.

“Alfa Estudante” – vol. 5

