Dia Internacional do Burro – 8 de maio

O Dia Internacional do Burro, celebrado a 8 de maio, é uma data dedicada à valorização e proteção de um dos animais mais subestimados do reino animal: o burro.

Durante séculos, o burro foi um aliado indispensável do ser humano, prestando serviços essenciais em tarefas agrícolas, transporte de pessoas e mercadorias, e até em funções terapêuticas.

Esta efeméride procura resgatar o respeito e admiração por este animal, cuja presença tem vindo a diminuir significativamente, tanto em Portugal como no mundo.

A história do Burro e a sua domesticação

A domesticação do burro remonta a cerca de 5.000 anos, com registos que apontam para o nordeste de África, onde os burros selvagens africanos foram os primeiros a ser domesticados. Com o tempo, os burros espalharam-se por todo o mundo, acompanhando as rotas comerciais e as migrações humanas.

Em muitas regiões rurais de Portugal, o burro era o motor da agricultura. A sua resistência física, aliada à capacidade de se adaptar a terrenos difíceis e a climas adversos, tornou-o indispensável. Os burros eram usados no transporte de lenha, água, produtos agrícolas e até como montada para pessoas em zonas remotas.

Características físicas e comportamentais

Os burros são animais de médio porte, robustos, com pelagem variada, orelhas grandes e uma cauda semelhante à dos cavalos. Apesar da sua fama de teimosos, esta característica é, na verdade, uma forma de cautela: os burros são muito inteligentes e não se deixam levar por ordens cegas. Avaliam os perigos antes de agir, o que, muitas vezes, é confundido com obstinação.

Outra característica notável é a sua grande capacidade de memorizar caminhos e locais. Estudos demonstram que os burros são capazes de se lembrar de percursos após muitos anos, o que era extremamente útil em zonas montanhosas onde os trilhos não eram sinalizados.

O Burro de Miranda: tesouro nacional

Em Portugal, o Burro de Miranda é a raça asinina mais emblemática. Originário da região de Trás-os-Montes, sobretudo nos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro, este burro distingue-se pelo seu porte imponente, pelagem escura, e natureza dócil.

O Burro de Miranda encontra-se classificado como raça autóctone em risco de extinção, o que motivou a criação de associações como a AEPGA (Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino), que tem desenvolvido projetos para a sua preservação através de programas educativos, turismo rural, terapias com animais e apadrinhamentos.

O animal é hoje símbolo de resistência e ligação à terra, representando também uma parte fundamental da cultura transmontana, nomeadamente através de lendas, canções e expressões populares.

O papel do burro na cultura popular

Ao longo dos séculos, o burro foi alvo de diversas expressões populares portuguesas. Muitas vezes retratado como símbolo de ignorância ou teimosia — como nas expressões “mais teimoso que um burro” ou “burro de carga” — estas imagens desvalorizam a inteligência e o valor real do animal.

Curiosamente, na literatura e nas tradições orais, o burro aparece frequentemente como figura simpática e sensata. Nas festas tradicionais de muitas aldeias portuguesas, os burros ainda hoje são protagonistas, sendo usados em desfiles, provas de perícia e recriações de práticas agrícolas.

Utilização moderna e novos papéis

Nos tempos modernos, o uso tradicional do burro foi substituído por tratores e outros meios mecanizados. No entanto, o burro tem vindo a encontrar novas funções:

  • Terapias assistidas com animais: A sua natureza calma torna-o ideal para atividades com crianças, idosos e pessoas com necessidades especiais.
  • Turismo sustentável: Cada vez mais zonas rurais em Portugal promovem passeios com burros, incentivando o contacto com a natureza e com o mundo rural.
  • Educação ambiental: O burro é utilizado como embaixador em atividades escolares e comunitárias que promovem o respeito pelos animais e pelo meio ambiente.

A situação atual dos burros em Portugal e no mundo

Estima-se que existam cerca de 40 milhões de burros no mundo, mas muitos vivem em condições precárias. Em países em desenvolvimento, continuam a ser essenciais para a subsistência de milhões de famílias, mas enfrentam problemas sérios como sobrecarga, maus-tratos e falta de cuidados veterinários.

Em Portugal, embora o número de burros tenha diminuído drasticamente desde o século XX, iniciativas de conservação têm tido impacto positivo. A legislação nacional e europeia tem vindo a reforçar a proteção do bem-estar animal, incluindo os burros.

O papel das organizações de defesa dos burros

Entidades como a AEPGA, a Associação Amigos dos Burros e a Donkey Sanctuary (internacional) desempenham um papel crucial na proteção destes animais. Desenvolvem campanhas de sensibilização, programas de adoção e projetos educativos.

Exemplos de ações promovidas incluem:

  • Resgate de burros abandonados.
  • Apoio a proprietários com dificuldades económicas.
  • Criação de santuários e centros de acolhimento.
  • Integração dos burros em programas de apoio social.

A importância do Dia Internacional do Burro

A celebração do Dia Internacional do Burro permite dar visibilidade a estes animais, muitas vezes esquecidos nas discussões sobre proteção animal. É uma oportunidade para refletir sobre o seu valor histórico, cultural e ambiental, e para reforçar o compromisso com o seu bem-estar.

Em Portugal, este dia é assinalado com diversas atividades: caminhadas com burros, palestras em escolas, visitas a centros de acolhimento, e ações de voluntariado.

Conclusão

O burro não é apenas um símbolo do passado rural português — é também um embaixador do futuro sustentável que se deseja construir. A sua resistência, inteligência e doçura fazem dele um companheiro de valor inestimável.

Ao celebrarmos o Dia Internacional do Burro, honramos não só a sua contribuição para a sociedade, mas também o dever de garantir que continuará a fazer parte do nosso mundo com dignidade e respeito.

Com recurso ao Chat GPT | Imagem