Gripe: prevenir com tempo | Saúde e bem-estar
Chegou o outono!
Chegou o outono e com ele voltam os dias mais frios e chuvosos, mas, também, os sintomas típicos da mudança de estação: tosse, queixas nasais (nariz entupido, espirros e/ou pingo nasal), sem febre ou com febre baixa de aparecimento súbito (até 38º).
O que deve fazer?
– Ingerir bastantes líquidos para evitar a desidratação.
– Tomar paracetamol se tiver febre, dores de cabeça e/ou musculares.
– Utilizar atmosfera húmida (respirar o vapor de água quente, por ex. no banho), especialmente antes de se deitar para tornar as secreções respiratórias mais líquidas e fáceis de eliminar pela tosse.
– Se tiver dúvidas, consulte o Serviço Nacional de Saúde | SNS 24 – 808 24 24 24, ou o seu médico.
O que não fazer?
– Não se auto medique.
– Não utilize sobras de antibióticos utilizados para outras situações.
– Nunca utilize medicamentos aconselhados por outras pessoas.
Esta é uma recomendação da DGS – Direção Geral de Saúde. Saiba mais aqui
Sobre a Gripe
A gripe é uma doença infeciosa altamente transmissível, muito incapacitante e mortal. Todos os anos, um pouco por todo o mundo, morrem milhares de pessoas por causa da doença.
A perigosidade manifesta-se sobretudo nos grupos mais vulneráveis, entre os quais se destacam os idosos, os doentes crónicos e todos aqueles cuja imunidade esteja comprometida, quer por doenças imunitárias, quer por fazerem tratamentos que a deprimem.
São estas pessoas que têm mais risco de sofrer as complicações da gripe, de que são exemplo as infecções do pulmão (pneumonia), do cérebro (encefalite) ou do coração (miocardite).
A prevenção da gripe passa, essencialmente, por duas medidas: comportamentos individuais e a vacinação.
Os comportamentos individuais estão ligados ao modo como a doença se transmite: através de gotículas de saliva e de secreções respiratórias lançadas para o meio ambiente pela tosse e pelos espirros.
A transmissão pode ser direta (pessoa a pessoa), ou através das mãos, já que essas gotículas têm a capacidade de depositar-se nas superfícies e manterem-se infeciosas por muitas horas. Daqui resultam quatro premissas fundamentais: lavagem das mãos, a barreira respiratória, a desinfecção de superfícies e o recato.
Porém, a grande arma na prevenção contra a gripe é a vacina. Com uma eficácia elevada, deve ser administrada todos os anos, no Outono. A lista de pessoas com indicação clínica é extensa, sendo que, para muitas, o Serviço Nacional de Saúde fornece a vacina gratuitamente.
Texto de Jaime Pina, Médico, Fundação Portuguesa do Pulmão (Revista Saúda, Out18)
Todos os anos, a gripe mata entre 250 mil e 500 mil pessoas no mundo, dependendo da agressividade dos vírus em circulação. A média anual na Europa é de 38.500 óbitos e em Portugal de 2.400.
10% de todo o absentismo laboral europeu deve-se à gripe. Em Portugal, a gripe é responsável por um milhão de dias de baixa por ano.
Estou doente. E agora?
Quatro regras de ouro para travar a transmissão da gripe.
– Lave as mãos: faça-o com água e sabão ou com uma solução alcoólica, que aumenta a eficácia.
– Faça barreira respiratória: quando se assoar, espirrar ou tossir, cubra a boca e o nariz com um lenço de papel, que deve ser colocado no lixo, imediatamente, ou com o antebraço. Nunca com as mãos! São elas as grandes disseminadoras do vírus. O uso de uma máscara aumenta a eficácia de prevenção.
– Lave as superfícies e os objetos onde as gotículas infectadas com os vírus se depositam: são exemplo as maçanetas das portas, os corrimãos, os telefones, os teclados dos computadores. A limpeza destas superfícies diminui a transmissão da doença.
– Seja recatado: as pessoas doentes devem contactar com o menor número possível de pessoas não infectadas. Pessoas não infectadas devem evitar o contacto com pessoas com sintomas de gripe.
Grupos com recomendação de vacinação
– Pessoas com 65 anos ou mais
– Pessoas residentes em lares
– Doentes crónicos ou imunodeprimidos, com seis ou mais meses de idade
– Profissionais de saúde e prestadores de cuidados a idosos
– Grávidas, de acordo com o aconselhamento médico
Fonte: Revista Saúda, Out18