
O linho: da planta até ao tecido usado há milhares de anos!
O linho planta!
O linho é uma planta herbácea da família das Lináceas, cultivada há milhares de anos por causa da sua fibra têxtil de alta qualidade.
Originária da região da Ásia Menor, o linho espalhou-se por todo o mundo devido à sua resistência e versatilidade.
A sua fibra é conhecida por ser uma das mais antigas utilizadas pelo ser humano na produção de tecidos.
O linho é uma planta de crescimento anual que atinge uma altura média de até um metro. As suas folhas são pequenas e estreitas, e suas flores têm coloração azul claro.
A fibra do linho é obtida a partir do caule da planta, que contém fibras longas e flexíveis. Essas fibras são conhecidas por sua resistência e durabilidade, tornando o tecido de linho muito valorizado na indústria têxtil.
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O cultivo do linho
Os melhores terrenos para o cultivo do linho são os solos férteis e bem drenados, com pH entre 6,5 e 8,0.
O clima ideal para o seu desenvolvimento é o temperado, com invernos frios e verões amenos e húmidos.
O linho é uma planta que requer poucos cuidados, sendo resistente a pragas e doenças. No entanto, é importante realizar a rotação de culturas para evitar o esgotamento do solo.
A sementeira do linho geralmente é feita na primavera, quando as temperaturas começam a subir.
As sementes são semeadas a uma profundidade de dois a três centímetros, em sulcos espaçados entre si. O linho germina em cerca de uma semana e começa a se desenvolver rapidamente.
A colheita do linho ocorre cerca de três meses após a sementeira, quando as cápsulas que contêm as sementes começam a amadurecer.
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As operações preparatórias do linho 1
Depois de segado e seco, ripa-se em pente de madeira (ripo ou ripanço) para se arrancarem os frutos (baganho).
Empoça-se durante 12 a 15 dias e expõe-se, a seguir, ao sol e ao orvalho, sendo uso dizer-se, que para ficar bom, precisa de «9 dias de sol e 9 de orvalho»; findo este prazo, prova-se para ver se já está capaz de ser maçado; se não, volta 2 ou 3 dias ao rio.
Maça-se então às estrigas de mancheia, com uma maça de madeira, de forma elipsoidal e com cabo, para se lhe partir a casca, ou tomento.
Espada-se depois, à beira dum curtiço, com a espadela, largo cutelo de madeira, de forma quadrangular.
A estriga espadada divide-se em estrigas menores, que se assedam no sedeiro, escova de arame mais rala numa metade, mais densa na outra; a parte da estriga retida na metade mais rala do sedeiro constitui o tomento, que se aproveita, depois de fiado, para panos grosseiros; na metade mais densa fica a estopa, de melhor aproveitamento.
A estriga limpa é o linho, que é enrolado na roca de cana: nela fica enrocado. Da roca fia-se para o fuso, e deste passa-se para o sarilho, para se dispor em meadas pequenas, que se branqueiam levando-as ao borro, barrela de cinzas, e se cozem no forno.
A estas meadas, depois de saírem do forno, dá-se o nome de maçaroco, cujo branqueamento se completa expondo-as ao sol a corar. Depois de coradas, põem-se na dobadoira, donde se dobam em novelos.»
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Em conclusão
O linho é conhecido por sua alta absorção de umidade e sua capacidade de manter a temperatura corporal, o que o torna um tecido muito confortável de ser utilizado em roupas de cama e vestuário.
Além de sua utilização na indústria têxtil, o linho também é empregado na fabricação de tecidos para decoração, como cortinas e toalhas de mesa.
As suas propriedades naturais tornam-no um material ecologicamente sustentável e biodegradável.
O linho é uma planta versátil e valiosa, que há milénios vem a ser cultivada e utilizada pelo ser humano em diversas aplicações.
O seu cultivo requer cuidados específicos, mas os resultados obtidos compensam o esforço, gerando um material de alta qualidade e durabilidade.
Fonte: 1 Trabalhos do linho em aldeias de Vila Real – Ciclo do linho | Imagem