Produções artesanais do concelho da Póvoa de Varzim
Camisolas Poveiras

De lã branca, bordadas em ponto de cruz com motivos em preto e vermelho (o escudo real, as silvas, as siglas, os remos cruzados, as grinaldas, os apetrechos marítimos), as camisolas poveiras foram, inicialmente, bordadas por homens – os velhos «Lobos do Mar» – retirados da faina, que esculpiam na lã toda a simbologia da sua vida.
Foi com a criação do Grupo Folclórico Poveiro, em 1936, pelo etnógrafo António dos Santos Graça, que se assistiu ao renascimento do traje branco (de romaria e festa), onde a camisola poveira tem posição de relevo, e se iniciou a divulgação no exterior da colmeia piscatória local desta peça de extrema beleza – feliz expressão de mundividência poveira a quantos nos visitam, nacionais e estrangeiros.
Tapetes de Beiriz

De grande prestígio internacional, ocupando lugar de relevo na indústria artística, os Tapetes de Beiriz foram justamente premiados nas melhores exposições, em Portugal e no estrangeiro.
Criados pelo engenho e sensibilidade artística de D. Hilda Brandão Rodrigues Miranda, que em 1919 fundou uma fábrica, em Beiriz, para a sua confeção, estes tapetes caracterizam-se pela sua exuberante variedade decorativa.
A Fábrica dos Tapetes de Beiriz fecharia em 1974, devido aos problemas laborais da época, reabrindo em 1988, com nova administração e novas técnicas de fabrico; evitou-se, assim, o desaparecimento de uma das mais características manifestações artesanais da Póvoa e do país.
Artesanato em Trapo (Farrapo)

Atividade de grande tradição na freguesia de Terroso, de onde se expandiu para freguesias vizinhas (Laundos, Rates, Beiriz, Aver-o-Mar)
Ocupa largas centenas de pessoas exclusivamente do sexo feminino, que entregam a sua produção a empresas de comercialização direcionadas sobretudo para o mercado externo.
De grande variedade cromática, para que muito contribuiu a técnica dos «puxados», estes artefactos de trapo (mantas, tapetes, passadeiras, utilidades diversas) são confecionadas em teares de madeira.
Trabalhos em Linho

É em Rates que a cultura do linho permanece viva – não com a dimensão de outrora (longe disso!), mas com os ancestrais processos de transformação.
Adaptando-se a novas solicitações culturais, e criando-as, as artes tradicionais do linho (no tecido, no bordado, na confeção) procuram o futuro associado ao seu carácter útil e decorativo.
As artesãs estão organizadas num Centro de Artesanato, onde se produz e comercializa colchas, toalhas, vestuário e utilidades domésticas – tudo em linho, fibra nobre que mantém a frescura da sua experiência milenar.
Artesanato em Ouro e Prata

Atividade de profundas tradições locais, tanto na sede do concelho como nas freguesias de Beiriz e Terroso (onde várias famílias de «prateiros» trabalham para as melhores ourivesarias do país), o trabalho artesanal em prata e ouro é, hoje, privilégio das casas de tradição do sector, não existindo, portanto, em muitas das Ourivesarias da cidade.
Merece, por isso, ser admirado nas montras, mas recompensa principescamente quem o adquire e usa.
Miniaturas de Embarcações

Artesanato de paciência, produto da saudade… dos pescadores que, retirados da faina, ocupam o tempo exercitando a memória na reprodução miniatural de embarcações com que venceram o mar e ganharam o magro pão de cada dia.
A Lancha Poveira, o Sardinheiro, o Salva-Vidas, o Rasqueiro, a Catraia, a Caravela são algumas das embarcações que, entre dois olhares para o horizonte azul do mar, as mãos cansadas dos velhos pescadores confecionam.
Fonte: Folheto turístico (Póvoa do Varzim – Costa Verde – Portugal)

