Inauguração do monumento a Cristo-Rei | 17.05.1959
Monumento a Cristo-Rei
No ano de 1959 é inaugurado, em Almada, o monumento que se tornará no ex libris da área de Lisboa: o Cristo-Rei.
Dez anos depois do lançamento da sua primeira pedra, Lisboa pára para assistir à sua inauguração. Também tinham passado mais de 20 desde que a ideia ocorrera ao Cardeal Cerejeira, depois de visitar o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
Para financiar a obra, a Igreja Católica organizara vastos peditórios. Foi um verdadeiro movimento de subscrição de donativos em todo o país, ilhas e possessões ultramarinas, que durou mais de 20 anos. Teve início em 1937, logo após a aprovação oficial da ideia pelos bispos.
Mas com a guerra e a demora em se ver obra feita, a euforia dos católicos portugueses com o Cristo-Rei começa a esmorecer.
Em 1946, os bispos portugueses revelam que, seis anos antes, haviam prometido erigir
“um monumento ao Sagrado Coração de Jesus na capital do Império Português, em lugar bem visível”
se Portugal fosse preservado da guerra. E o “milagre da paz” aconteceu.
Ressurge o apoio e mobilização dos portugueses. Mas mesmo assim o monumento só estaria concluído 13 anos depois.
A inauguração a 17 de Maio de 1959
Na inauguração, a 17 de Maio de 1959, estão lado-a-lado a monarquia, representada pela Casa de Bragança, o Presidente da República, Américo Tomás, o chefe de Governo, Oliveira Salazar, e o restante corpo governativo.
De Roma, não veio o Papa, mas veio uma mensagem assinada pela mão de João XXIII.
Lisboa e o país param. Na cerimónia estão presentes mais de 300 mil pessoas.
Entre 13 de Maio e o dia da inauguração, a imagem de Nossa Senhora de Fátima vem da Cova da Iria em procissão até ao Cristo-Rei.
Por todo o país há missas, novenas e vigílias.
Os portugueses não conseguem deixar de admirar a estátua de 28 metros do Cristo-Rei, que de braços abertos para Lisboa parece proteger a capital.
Erigido sobre um pórtico com 75 metros de altura, o Cristo-Rei está 113 metros acima do nível do Tejo, num “lugar bem visível“, como tinham prometido os bispos.
Fonte: Os nossos anos – anos 1950-1959 (texto editado e adaptado) | Imagem de Martine Auvray