Percursos pedestres em Vila Real – roteiros
Roteiro de percursos pedestres em Vila Real
Percursos pedestres
Este projeto visa dotar o concelho de Vila Real de um conjunto de infraestruturas públicas de apoio ao turismo na natureza. Proporcionando, assim, aos turistas, visitantes e população local o usufruto equilibrado do seu património ambiental e paisagístico.
Visa, igualmente, constituir um incentivo ao desenvolvimento sustentado das comunidades locais.
Circuito das três aldeias: etnográfico
Pontos de interesse
Este percurso engloba a passagem por três aldeias marcadamente rurais e com uma arquitetura tradicional.
Podem ser observados espigueiros, eiras, cortes de gados, núcleos de casas em granito e muros a dividir campos afetos a uma agricultura de subsistência.
A paisagem de montanha envolvente é caracterizada por algumas manchas de floresta autóctone que alternam com zonas de pinhal.
Durante o percurso é possível contactar com algumas espécies da nossa fauna que encontram refúgio e alimento nos matos e florestas da montanha, tais como a águia-de-asa-redonda, a cobra-rateira e o lagarto-d ’água.
O património histórico resume-se às igrejas as povoações visitadas que conservam alguma misticidade, aliada a uma rusticidade típica do mundo rural.
Circuito de Constantim: histórico-cultural
Pontos de interesse
Este percurso apresenta um grande valor histórico-cultural pois engloba a visita ao Santuário de Panóias e às igrejas matrizes de Constantim e Assento.
O património natural é caracterizado por manchas de pinhal que acolhem diversas espécies de
– aves de rapina (gavião, açor e águia-de-asa-redonda),
– mamíferos (esquilo, raposa, fuinha, roedores e insectívoros),
– passeriformes (tentilhão, carriça, pego-verde),
– répteis (cobras de lagartos)
e um conjunto interessante de pequenos artrópodes que fazem parte da cadeia alimentar de muitos outros animais.
A cultura popular é também evidente no Largo do Fontanário em Constantim com um conjunto peculiar de estruturas como o tanque, o fontanário e uma figura de São Frutuoso.
É possível observar a cultura vinícola que neste percurso domina.
Circuito do Carvalhal: flora
Pontos de interesse
É um percurso marcado por uma vegetação exuberante, associado ao curso de água que acompanha parte do mesmo.
Partindo de S. Miguel da Pena podem observar-se alguns carvalhos e castanheiros isolados a ladear os campos, mas é quando o percurso começa a subir em direcção à capela de Nossa Senhora de Fátima que a vegetação adquire o seu esplendor.
Carvalhos-alvarinhos, bétulas, amieiros, castanheiros, entre outras, são um exemplo da diversidade característica da floresta autóctone portuguesa.
Associado à flora surge igualmente um mundo diversificado de espécies de fauna, como o gato-bravo, o javali, a coruja-do-mato, os chapins, a cobra-de-água, o lagarto-de-água, a rã-ibérica, a salamandra-de-pintas-amarelas, as libélulas e uma imensidão de borboletas.
A paisagem vai-se alterando e ao chegar ao topo começa a dominar a vegetação rasteira, caracterizada por mato de altitude (giesta, tojo, carqueja) e alguns núcleos de pinheiro.
O património histórico-cultural é caracterizado pela igreja matriz de S. Miguel da Pena, a capela de Vilarinho, o pelourinho, a capela de Nossa Senhora de Fátima, os cruzeiros e os núcleos populacionais de Gontães, Vilarinho e S. Miguel da Pena.
É de realçar a existência de dois moinhos em granito, com telhado em xisto, também a calçada em granito rompida pelo passar dos carros de bois e os muros de granito que ladeiam caminhos antigos e campos.
Circuito do Mineiro: geológico
Pontos de interesse
O património natural adquire o seu expoente máximo na estruturas e paisagens geológicas, como as minas, as cristas de quartzito e o relevo, que são alguns pontos de interesse a observar.
Devido à extensão do percurso a vegetação vai-se alterando.
Assim, no início, temos mato rasteiro, seguindo-se uma mata densa de coníferas, plantada outrora pelos Serviços Florestais.
Já numa zona mais agrícola temos um núcleo de castanheiros que oferece alimento, não só ao homem, mas a muitas outras espécies.
É de realçar, já em Mascoselo, a presença de um azevinho com cerca de 10 metros de altura, que se encontra fabulosamente bem conservado no interior do povo antigo.
Continuando o percurso, e a marginar a estrada, temos uma mancha muito densa de carvalhos, associados a bétulas e a castanheiros.
Em termos de património histórico-cultural, temos as igrejas das povoações de Vila Cova e Mascoselo, a capela de Nossa Senhora de La Sallete, a sepultura antropomórfica em Vila Cova, as instalações abandonada das minas em Vila Cova e alguns núcleos de casas tradicionalmente transmontanas em granito.
Circuito do Lobo: fauna
Pontos de interesse
O percurso inicia-se e termina em Samardã, onde podemos observar a igreja e um núcleo de espigueiros e a arquitetura tradicional em granito.
Iniciando o caminho que sai da povoação, deparamos com outras estruturas de utilização agrícola como eiras, calçada portuguesa antiga, desgastada pela passagem dos carros de bois, mas espigueiros, uma pequena e rústica ponte e diversos muros que ladeiam os campos agrícolas.
A paisagem é caracteristicamente de montanha, onde dominam os matos de altitude.
Contudo, surgem manchas de florestas plantadas pelo homem, pinheiros-silvestres e bétulas que para os visitantes são excelentes pontos de descanso, pois proporcionam sombra.
Ao longo do percurso surgem pequenos cursos de água que apresentam um caudal variável com a época do ano.
Estes são propícios ao desenvolvimento de espécies da herptofauna portuguesa, como rãs, sapos, salamandras e tritões, que os utilizam principalmente na primavera para a deposição de ovos.
Também oferecem frescura a muitas espécies de mamíferos, como os coelhos e raposas. Relativamente às aves, surge uma espécie não muito comum, o tartaranhão-caçador, que aqui encontra alimento e refúgio.
A estrutura mais peculiar e com grande valor cultural é o Fojo do Lobo, que pode ser visitado a meio do percurso.
Fonte: folheto promocional editado pela Câmara Municipal de Vila Real