Recriação de um Brinquinho Tradicional “Despique”

 

A AFERAM – Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira assinala o Dia Nacional do Folclore Português, através da realização de um Encontro com os 13 Grupos Associados, que estão envolvidos no Projeto “Referencial de Boas Práticas dos Grupos de Folclore da RAM”.

Do programa consta a Recriação de um Brinquinho Tradicional “Despique”, com cerca de 60 componentes dos Grupos, pelas 12 horas, no Largo da Achada, Camacha, seguido de um almoço-convívio com os participantes.

Com este evento, a AFERAM pretende:

– Associar-se à Federação do Folclore Português nas comemorações do Dia do Folclore.

(O dia 29 de maio foi comemorado, oficialmente pela primeira vez, em 2016, como o Dia Nacional do Folclore Português, na sequência da deliberação da Assembleia da República de 22 de julho de 2015, conforme iniciativa dos Grupos Parlamentares do PSD e do CDS, a pedido da Federação do Folclore Português).

– Valorizar o trabalho que está a ser desenvolvido pelos Grupos na proteção da Cultura Imaterial.

– Chamar a atenção de todos, para a salvaguarda, valorização e dignificação da nossa Identidade.

 

A AFERAM…

A AFERAM – Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira tem como objectivo fomentar boas relações entre os vários grupos associados e sensibilizar para formação nestas colectividades, enaltecendo, desse modo, a qualidade do folclore e defendendo o património cultural, designadamente: recolha, preservação e divulgação dos usos e costumes etnofolclóricos da Região.

AFERAM Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira

Centro Cívico de Animação e Cultura Edmundo Bettencourt

Rua Latino Coelho 57, R/C 9060-155 Funchal – Madeira – Portugal

Email: aferam.madeira@gmail.com

 

Sobre o “Brinquinho”…

«O brinquinho é constituído por um número variável de bonecos feitos de arame, vestidos com trajes típicos da região e dispostos em círculo numa base de madeira assente numa cana, normalmente em dois andares.

Os bonecos estão munidos de castanholas, penduradas nas costas, e tampas de refrigerantes espalmadas fixas debaixo dos pés. O som destes componentes é obtido puxando um arame que percorre o interior da cana e faz mover os bonecos.

No topo do brinquinho coloca-se mais uma figura (ou um par) que bate palmas com duas caricas e, por fim, o instrumento é engalanado com ráfia e fitas coloridas. (…)

Tecnicamente, o brinquinho é um idiofone de percussão indireta, sendo usado como marcador de ritmo, ao mesmo tempo que imprime uma sonoridade ímpar às músicas do folclore madeirense.

Na origem, porém, era usado apenas como mascote dos romeiros nas festas religiosas e arraiais da Madeira e apresentava grandes dimensões, normalmente três metros de altura, estando os bonecos vestidos com papel de seda.

A primeira referência iconográfica surge num quadro do pintor Henrique Franco, de 1923, que retrata uma romaria na Ponta do Pargo, na zona oeste da ilha.

O brinquinho é inspirado em peças africanas, por via dos escravos, e minhotas, levadas pelos primeiros colonos. Adquiriu a forma atual a partir dos anos 50 do século XX, com o ‘boom’ dos grupos folclóricos.

A afinação do instrumento é feita na estrutura de arame dos bonecos, mas José Leça diz que também é preciso ter em atenção o tratamento que se dá às caricas, pois estas têm muita influência no som final.»

Fonte