São Francisco e Santa Jacinta Marto – 20 de fevereiro

São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto são duas figuras centrais nas aparições de Nossa Senhora de Fátima, ocorridas em 1917, na Cova da Iria, Portugal. Irmãos de sangue e primos de Lúcia dos Santos, também vidente, tornaram-se conhecidos pela sua profunda espiritualidade, simplicidade e amor a Deus.

Infância e vida simples

Francisco nasceu a 11 de junho de 1908 e Jacinta a 11 de março de 1910, ambos na aldeia de Aljustrel, em Fátima. Cresceram num ambiente rural, dedicando-se, como era comum à época, ao pastoreio do gado da família. Desde cedo, demonstravam traços distintos de personalidade: Francisco era contemplativo e sereno, enquanto Jacinta era mais extrovertida e sensível.

As aparições do Anjo e de Nossa Senhora

Em 1916, antes das famosas aparições de Nossa Senhora, os três pastorinhos tiveram três encontros com um ser celestial, conhecido como o Anjo de Portugal ou Anjo da Paz.

O anjo ensinou-lhes orações e incentivou-os ao sacrifício e à adoração a Deus. No ano seguinte, em 1917, a Virgem Maria apareceu-lhes seis vezes, entre maio e outubro, trazendo mensagens de oração, penitência e conversão.

Durante as aparições, Nossa Senhora pediu que rezassem o terço diariamente e oferecessem sacrifícios pelos pecadores. A cada encontro, mais pessoas se juntavam na Cova da Iria para testemunhar os acontecimentos, culminando no chamado “Milagre do Sol“, a 13 de outubro, presenciado por milhares de pessoas.

Francisco: o amigo de “Jesus Escondido”

Francisco Marto era caracterizado pelo seu amor à oração silenciosa e pelo desejo de consolar Jesus, a quem chamava “Jesus Escondido”, referindo-se à Eucaristia. Durante e após as aparições, intensificou a sua vida de oração e sacrifício, preferindo muitas vezes a solidão para meditar e rezar.

No final de 1918, Francisco adoeceu com a gripe espanhola, uma pandemia que assolou a Europa. Apesar do sofrimento, nunca se queixava, oferecendo tudo a Deus. Morreu a 4 de abril de 1919, com apenas 10 anos, após ter recebido a sua última comunhão.

Jacinta: o Coração Generoso

Jacinta, apesar da tenra idade, demonstrava uma maturidade espiritual impressionante. Sensível ao sofrimento dos outros, oferecia sacrifícios pelos pecadores e pelas almas do purgatório. A sua devoção ao Imaculado Coração de Maria era notável, pois compreendia a importância da intercessão da Virgem Maria na salvação das almas.

Também atingida pela gripe espanhola, Jacinta sofreu intensamente, mas nunca perdeu a alegria de servir a Deus. Foi levada para Lisboa para receber tratamentos médicos, onde faleceu sozinha, como previra Nossa Senhora, a 20 de fevereiro de 1920, com apenas 9 anos.

Canonização e reconhecimento da Igreja

Os pastorinhos foram beatificados pelo Papa João Paulo II a 13 de maio de 2000, e posteriormente canonizados pelo Papa Francisco a 13 de maio de 2017, no centenário das aparições de Fátima. Tornaram-se as crianças mais jovens, que não são mártires, a serem canonizadas pela Igreja.

O seu testemunho de fé e amor continua a inspirar milhões de peregrinos que visitam o Santuário de Fátima, um dos mais importantes centros de peregrinação católica do mundo. A sua mensagem de oração, sacrifício e devoção mariana permanece atual e relevante, convidando todos os fiéis à conversão e à paz.

Santa Jacinta e São Francisco Marto

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