Sobre os antibióticos – quando a cura mata!

Antibióticos, o que são? 1

Os antibióticos são substâncias produzidas por microrganismos extraídas de culturas de fungos, bolores e até de algumas plantas superiores.

Têm a propriedade de destruir ou inibir o crescimento de outros microrganismos, e são de origem natural, embora se possam obter sinteticamente.

A sua ação é de dois tipos:

bactericida, ao matar os germes,

– e bacteriostática, ao impedir a sua multiplicação.

Os antibióticos são utilizados no tratamento de diversas doenças infeciosas e na exploração pecuária, dado que favorecem o aumento de peso dos animais e diminuem a ação das epizootias.

Constituem um importante passo na terapêutica, mas a alta toxicidade de alguns, a falta de etitropismo e a ausência de mecanismos de defesa do organismo a doses elevadas impedem a difusão do seu emprego.

Os mais importantes antibióticos são:

– penicilina,

– estreptomicina,

– ampicilina,

– cloranfenicol,

– tetraciclina,

– aureomicina

– e terramicina.

Alexander Flemming descobriu a penicilina, um dos antibióticos
Alexandre Flemming, o bacteriologista inglês que descobriu a penicilina.

Resistência microbiana 2

Cerca de 25 mil pessoas morrem na Europa, todos os anos, por causa da resistência microbiana aos antibióticos, um problema evitável.

Assim, os antibióticos

– Só podem ser adquiridos com receita médica;

– Tratam infecções causadas por bactérias;

– Não tratam doenças causadas por vírus, como as gripes e as constipações;

– Não tratam doenças causadas por fungos e parasitas;

– O uso incorrecto dos antibióticos – falhas de tomas, doses inadequadas, interrupção do tratamento – é o principal responsável pela resistência.

As bactérias são organismos com grande capacidade de adaptação ao meio envolvente. Isto significa que, perante a exposição repetida e/ou incorrecta aos antibióticos, algumas tornam-se resistentes. Os riscos são vários:

– Pode ser necessário tomar doses superiores de antibióticos para curar a doença;

– O antibiótico pode passar a fazer menos ou nenhum efeito;

– Pode ter de se mudar para um antibiótico diferente, mais forte, para obter o mesmo efeito;

– A possível propagação a outras pessoas das bactérias resistentes, quer no meio hospitalar que na comunidade;

– Maior dificuldade em descobrir antibióticos capazes de eliminar estas bactérias;

– O ressurgimento de doenças graves já consideradas controladas, como a tuberculose, e em formas mais graves e difíceis de tratar.

Bom uso dos antibióticos

– Tome antibióticos apenas quando receitados pelo médico;

– Respeite as indicações médicas: horários de toma, doses, duração do tratamento;

– Não os tomes por iniciativa própria ou por conselho de terceiros;

– Não tome sobras de tratamentos anteriores, mesmo que a doença pareça a mesma;

– Nunca interrompa o tratamento, mesmo que se sinta melhor. Se o fizer, estará a reduzir a eficácia do antibiótico e terá de voltar ao início.

Previna-se de infecções

– Lave as mãos com frequência. Esfregue-as bem com água e sabão;

– Lave bem os dentes, principalmente após as três principais refeições;

– No caso de feridas, mantenha-as limpas e protegidas até cicatrizarem;

– Tenha as vacinas em dia.

Fontes: 1 Nova Enciclopédia Portuguesa | 2 Revista Saúda – nº 27 | Jan 18