Centenária Feira de Maio de Azambuja
Centenária Feira de Maio
A Centenária Feira de Maio, considerada a mais castiça das Festas Ribatejanas, está de regresso à Vila de Azambuja, neste ano, entre os dias 24 e 28 de maio de 2018. Vão ser cinco dias recheados de festa brava e afición, na qual não vão faltar atividades equestres, taurinas, animação popular e muita música.
O programa das atividades é recheado para agradar aos mais variados gostos. A fadista Raquel Tavares vai atuar no dia 24, dia inaugural do evento, no Jardim Urbano, e no mesmo espaço, a mágica “noite da sardinha assada” (6ªfeira, 25) recebe a atuação da banda Ciklone. No sábado, 26 de maio, destaque para a atuação do cantor Virgul.
O Campo da Feira, junto à Praça de Toiros, continuará a ser um dos polos de atração do evento e surgirá renovado nesta edição 2018. Uma estrutura mais moderna, funcional e acolhedora será o palco da tradicional “Praça das Freguesias”. Aqui todo o concelho celebra o melhor da gastronomia regional e da sua animação mais típica.
Diversas atividades
No mesmo recinto, em espaços distintos, marcarão a presença habitual o artesanato e várias empresas locais de diversas áreas económicas.
Nas ruas da Vila, as cinco largadas de toiros (uma em cada dia), que fazem as delícias dos mais aficionados e dos milhares de visitantes, continuam a constituir a grande atracão da festa.
Isto, sem esquecer
– as dezenas de tertúlias particulares, que abrem as portas a todos os que queiram refrescar a garganta ou petiscar,
– e a ornamentação bem garrida e castiça de fachadas e janelas que tornam esta feira tão genuína e única.
Para a noite de 25 de maio, está reservado um dos momentos altos da festa:
– o desfile dos campinos com o gado, à luz de archotes,
– e a partir da meia-noite (após a recolha dos toiros), a distribuição gratuita de sardinhas, pão e vinho em diversos locais da vila.
Pela noite dentro, para além do concerto no jardim, dois grupos de baile e três bandinhas itinerantes animam os arraiais até ao romper da manhã.
Homenagem ao Campino
E na manhã de domingo, 27, a página mais solene da feira, com a tradicional Homenagem ao Campino.
Este ano, todos os campinos terão o seu valor publicamente reconhecido na homenagem a Bernardo da Conceição Afonso. Este foi um dos campinos que há mais anos colabora na Feira de Maio e dedica a sua vida à criação do toiro bravo.
Destaque ainda para a Tradicional Corrida de Toiros à portuguesa, pelas cinco da tarde na Praça de Toiros Dr. Ortigão Costa, cujo cartel conta com muito “sangue da casa”. Referência ao regresso da cavaleira natural do concelho
– Ana Rita, a par de Marcos Bastinhas e Jacobo Botero,
– bem como à prestação dos Forcados Amadores de Azambuja a dividir as pegas com os Amadores do Ribatejo.
O espetáculo Lusitânia Equestre encerrará o programa de domingo.
Na reta final das festividades, a manhã de segunda-feira, 28 de Maio, traz às ruas de Azambuja centenas de alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico com o projeto de multi-atividades designado “Feira na Vila”.
A derradeira tarde despede-se com a entrega de diplomas e prémios e, ainda, a última largada de toiros. À meia-noite, um espetáculo de fogo-de-artifício dará por encerrada a Feira de Maio 2018!
Sobre a história da Feira de Maio
«Azambuja tem na Feira de Maio o grande cartaz da sua identidade e visibilidade.
É fruto de uma persistente revitalização socioeconómica e de uma constante recriação sociocultural.
Feira reconhecida como «a mais castiça do Ribatejo» pela envolvência popular, é orgulhosamente a «Centenária Feira de Maio».
Se durante a Idade Média a Corte reservou desde muito cedo a Lezíria de Azambuja para criação de gado cavalar que suprisse as suas necessidades directas, a criação régia do «Potril Régio» no século XVIII por D. João V no campo de Azambuja, seguida da instituição das «Reais Manadas do Ribatejo», serão os alicerces fomentadores que se conjugarão para o nascimento da vertente económica e comercial, mas também social e cultural.
Destas dinâmicas conjugadas nasceu, quase de forma espontânea, ao longo do século XIX, um «mercado geral de gados», fruto da enorme oferta quantitativa e qualitativa de gado vacum e cavalar, nascido, criado e apurado nas principais casas agrícolas locais.
A Feira de Maio impõe-se em 1901
Advinda da sua fama, a «Feira de Maio» vai impor-se oficialmente em 1901, entrando no calendário nacional dos mercados gerais de gado e especiais de «remonta para o exército».
Nascia no mesmo ano e em simultâneo com a «remonta», a tauromaquia moderna, inaugurando-se a primeira «praça de touros». Estavam criadas as condições para a tauromaquia de rua, sobretudo nas entradas e largadas de touros nas ruas da Vila.
À arte de tourear aderiram muitos azambujenses, com presença regular nos cartazes e cartéis nacionais e internacionais. É grande a lista de azambujenses no mundo da tauromaquia, das ganadarias e coudelarias, da campinagem e dos grupos de forcados, mas também, na direcção de corridas, na comunicação social, edição e crítica tauromáquica, mas também na literatura, na poesia e na arte.
A reunião destas parcelas elevou a categoria cultural do material para o imaterial, enquanto herança e identidade do património cultural comum de um povo e da comunidade.
A «Feira de Maio» é a celebração cultural de uma comunidade e de um povo, que tem a «Tauromaquia» inscrita na sua identidade e matriz cultural.
A «Feira de Maio» é hoje um espaço e um tempo de convivialidade e sociabilidade, que anualmente Azambuja partilha com milhares de visitantes.» Fonte