Educação não pode ser paixão… mas Amor!

Educação não pode ser paixão

Diz um provérbio africano que «Para educar uma criança é necessária toda uma aldeia».

Perante esta evidência, ninguém se pode escusar de participar nesta nobre missão com o seu “saber fazer” mas, principalmente, com o seu “saber ser” e o seu “saber estar“.

Ao mesmo tempo, e embora possa haver quem tenha opinião inversa, estou convicto de que cada cêntimo retirado ao “investimento na educação”, mais cedo ou mais tarde – e creio que mais cedo do que tarde – fará com que nos arrependamos amargamente.

Infelizmente, quando tivermos oportunidade para comprovar esta realidade (cêntimos poupados na educação vão custar-nos, anos mais tarde, muitos euros noutras áreas…), já nada poderemos fazer para remediar esta situação, nem para “julgar” devidamente os “culpados”, porque os “crimes” já terão prescrito.

Sim, considero um “crime” poupar (por mais pequena que seja a quantia) na educação das crianças e jovens que um dia governarão o nosso país, afirmando-se como líderes locais, regionais, nacionais e, quem sabe, mundiais…

Não quero com isto dizer que se deve gastar, indiscriminadamente, “o que temos e o que não temos”, como se não houvesse amanhã. O que defendo, convictamente, é que se há área de atividade humana onde se deve investir sempre é na Educação (incluindo nesta palavra também a ciência e a investigação).

Dir-me-ão que o dinheiro disponível não chega para tudo. É a dura verdade. Logo, há que fazer opções. E é pelas opções que forem feitas que poderemos constatar a “largueza e profundidade de horizontes”, a competência e o sentido de responsabilidade dos nossos governantes.

Educação, não paixão mas Amor!

A EDUCAÇÃO não pode – nunca – ser uma paixão! A paixão é efémera, fugaz, não perdura por muito tempo. Não tem condições para crescer, antes e apenas para minguar até desaparecer.

A EDUCAÇÃO deve ser encarada como um AMOR, maduro e responsável, que precisa de ser, constante e atentamente, cultivado, para não se correr o risco de definhar e desaparecer.

Diz um aforismo chinês que “Se vires uma pessoa com fome à beira de um rio, não lhe dês uma cana, mas ensina-o a pescar».

Ora, a Educação é a cana! Tudo o resto são “peixes”, que se consomem…

José Pinto

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