Os factos mais importantes das Cruzadas
Segunda Cruzada
1147-1149 – A Segunda Cruzada, conduzida pelo imperador Conrado III e pelo rei Luís de França, fracassa frente a Damasco.
As expedições seguintes alistaram soldados seduzidos não tanto pelo ideal cristão, mas pelo afã de aventuras e ainda pela perspectiva de saques. Pregada por S. Bernardo de Claraval e dirigida separadamente pelo imperador Conrado III e pelo rei Luís VII, a Segunda Cruzada (1147-1149) fracassou, apesar dos meios empregados.
1187 – O sultão Saladino vence os Francos em Hattin e apodera-se de Jerusalém.
Quando Saladino, hábil chefe muçulmano, se proclama dono de um vasto império no Oriente e reconquista Jerusalém (1187), a emoção é grande na Europa. Exortados pelo papa, os prelados prometem não montar mais a cavalo enquanto a cidade estiver nas mãos dos infiéis, e é a pé que se dirigem a todas as partes para incitarem à guerra santa.
Terceira Cruzada
1189-1192 – Terceira Cruzada, dirigida por Frederico Barba Ruiva, Filipe Augusto e Ricardo Coração de Leão. Os Lugares Santos não são reconquistados, mas os cristãos tomam Chipre e uma estreita faixa costeira.
A Terceira Cruzada (1189-1192) reuniu os soberanos mais importantes do continente, e foi a melhor organizada de todas. Mas o imperador Frederico I Barba Ruiva morreu afogado num rio da Ásia Menor.
Filipe Augusto, rei de França, regressou prematuramente às suas terras, e, apesar de Ricardo Coração de Leão, rei de Inglaterra, obter alguns êxitos contra Saladino e conquistar Chipre, não conseguiu apoderar-se de Jerusalém.
Os Estados francos do Oriente eram cercados mais intensamente: o principado de Antioquia, o condado de Trípolis e o reino de Jerusalém, cuja nova capital era São João de Acre, tinham ficado reduzidos a uma estreita faixa costeira. Sobreviviam à custa de uma constante ajuda do Ocidente, interessado sobretudo no comércio com o Oriente.
Ricardo Coração de Leão, depois de negociar com Saladino, obteve para os cristãos autorização de visitar Jerusalém, mas apenas em grupos reduzidos.
1189 – Fundação da ordem religioso-militar dos Cavaleiros Teutónicos.
Quarta Cruzada
1202-1204
– A Quarta Cruzada perde todo o carácter religioso: termina com o assalto a Constantinopla e com a criação de um efémero Império Latino do Oriente.
A riqueza e o requinte de Bizâncio atraiam os ambiciosos. E a Quarta Cruzada (1202-1204), cujo objectivo inicial – o ataque ao Egipto – foi logo abandonado, terminou com a pilhagem a Constantinopla, uma cidade cristã. Esta expedição não obedecia já a considerações religiosas, mas sim a pretensões políticas e económicas.
Formou-se o Império Latino de Constantinopla, que se expandiu pelo lado da Grécia e da Ásia Menor. Durou apenas até 1261. Roma estava orgulhosa de ter conseguido deter a expansão da igreja bizantina. Saqueadores insaciáveis, os cruzados chegaram a enriquecer tanto como os comerciantes.
1212 – As «cruzadas das crianças», jovens franceses e alemães, terminam desastrosamente.
Iniciaram-se, então, as desconcertantes «cruzadas das crianças», uma em França e outra na Alemanha. Esta não conseguiu passar da Itália. E os rapazes e raparigas da primeira esperavam que as águas do Mediterrâneo, tal como as do Mar Vermelho com Moisés, se abrissem para eles… mas a maioria foi feita prisioneira pelos mercadores de escravos.
Esta «cruzada» é a base mais provável para a origem da lenda que, mais tarde, deu origem ao Flautista de Hamelim, conto folclórico alemão da Idade Média acerca de uma vila que esteve infestada de ratazanas até um misterioso flautista os atrair com a sua música até um rio. Quando a gente da vila se recusou a pagar o trabalho do flautista, este usou a sua estranha música para atrair e desviar as crianças.