Festas do calendário judaico ou hebraico

Festas do calendário judaico

O Judaísmo é a religião tradicional dos Judeus, baseada nos ensinamentos das Escrituras Hebraicas (grosso modo, o mesmo que o Antigo Testamento cristão), no Talmude e outros comentários religiosos.

Envolve a crença num deus, criador do mundo e libertador do seu povo eleito, os Judeus, que ele livrou da escravatura no Êxodo do Egipto.

Abraão é simbolicamente considerado o fundador do judaísmo, cerca de 1800 a. C., e Moisés, com quem Deus renovou a sua promessa por volta de 1200 a. C., é um dos seus maiores profetas.

Os seus seguidores acreditam que o Messias aparecerá no futuro para reunir de novo todos os judeus na Terra Prometida e reconstruir o grande Templo de Jerusalém.

A fé é ensinada por “rabis” (mestres) e através da vida familiar, que é fundamental para a cultura e religião judaicas.

A lei judaica – Torá – formula estritas observâncias rituais em muitas áreas da vida, em especial referentes ao Sábado e à preparação de comida kosher (pura).

Recentemente, os movimentos reformista e liberal do judaísmo afrouxaram algumas das regras observadas pelos judeus conservadores ou ortodoxos.

Os Judeus têm o seu calendário próprio baseado no ciclo lunar.

As suas festas incluem a Hanukkáh, Purim, a Páscoa, o Rosh Hashanáh e o Yom Kippur.

Hanukkáh

Festa religiosa judaica, também chamada Festa das Luzes ou Festa da Dedicação, que dura oito dias, com início no dia 25 do mês de Kislev (Dezembro).

Comemora a reconsagração do Templo de Jerusalém pelos Judeus, no século II a. C., depois de terem derrotado os Selêucidas, que o haviam profanado.

Acendem-se velas em casa e dão-se presentes às crianças.

Purim

A Festa de Purim é celebrada todos anos a 14 de Adar, o último mês do ano bíblico, que corresponde a Fevereiro – Março. É a data mais alegre do ano judaico.

Comemora a milagrosa salvação do Povo Judeu na antiga Pérsia da trama de Haman para “destruir, matar e aniquilar todos os judeus, jovens e idosos, crianças e mulheres, em um único dia”.

Tanto os judeus como os cristãos da Antiguidade eram contra a inclusão do livro de Ester no cânone bíblico, em parte, porque o texto original não continha qualquer referência a Deus, e, em parte, porque se pensava que a festa de Purim era de origem pagã.

A primeira objecção foi eliminada pelas adições deuterocanónicas a Ester: 107 versículos que apareciam como os capítulos 11 a 16 das Bíblias latinas e algumas católicas mais tradicionais, embora, mais frequentemente, surjam agora integradas no texto.

Os estudiosos têm tentado relacionar a festa de Purim com os festivais de Ano Novo da Babilónia (puhru) e da Pérsia (purdighan).

Páscoa (em hebraico, Pésah)

Festa judaica no início da Primavera, comemorando a salvação dos primogénitos hebreus, na última praga do Egipto na véspera do Êxodo ou saída dos israelitas.

Durante a Páscoa que dura oito dias, excepto para os judeus reformistas, e em Israel, onde dura sete, são comidos um tipo de pão ázimo chamado matzot e outras comidas kosher, isto é, de acordo com as regras tradicionais de dietética.

Jesus foi crucificado nas vésperas da Páscoa judaica.

Rosh Hashanáh

Festa de dois dias do Ano Novo judaico.

Realiza-se na primeira lua nova depois do equinócio do Outono, em fins de Setembro, início de Outubro, e assinala o princípio de um período de reflexão e oração, que conclui oito dias depois com o Yom Kippur, o Dia do Perdão.

Yom Kippur (Dia do Perdão)

O dia santo mais solene do ano judaico, que ocorre dez dias depois do Rosh Hashanáh.

Esta festa comemora a criação do Mundo, e a ligação entre Deus e o povo judeu.

Durante os festejos, é prática tradicional o jejum, a oração, a penitência e reflexão silenciosa numa sinagoga.

Fonte: Dicionário Ilustrado do Conhecimento Essencial (textos editados) + Grandes Personagens da Bíblia | Imagem de Manfred Neidel