Para a história da astrologia em Portugal
História da Astrologia em Portugal
Na Península Ibérica
Uma das primeiras referências a esta «ciência» no território da Península Ibérica surge-nos no tempo de Afonso X, o Sábio.
Foi ele, efectivamente, quem ordenou os livros de saber de astronomia e de astrologia. Assim, estabeleceram-se as célebres Tábuas Afonsinas, que chegaram até a ser utilizadas por Copérnico e por Galileu.
Em Portugal
Em Portugal, as Ordenações do Reino exceptuavam os astrólogos do crime de adivinhação.
Álvaro Gonçalves Pereira mandou levantar o horóscopo de seu filho, Nuno Álvares Pereira.
Entre outras coisas, o astrólogo, Mestre Guedelha, leu nos astros que o condestável seria sempre «invencível».
No século XVII, a astrologia ainda encontrava cultores entre nós, como o famoso Olho de Vidro e o médico Brás Luís de Abreu, com o seu livro Portugal Médico. Actualmente, tal como nos restantes países, a moderna astrologia dos jornais mais não é do que uma pura burla renovada.
Astrologia condenada no II Concílio Bracarense
Quanto aos astrólogos aparecidos no nosso país, não parece que tenham tido a influência sociopolítica que se verificou noutros países.
De facto, já os cânones 9.° e 10.° do II Concílio Bracarense condenam a astrologia.
É significativo, por exemplo, que o rei D. Duarte não tenha ligado a mínima importância às predições de Mestre Guedelha, quanto à fatalidade do dia marcado para a sua aclamação.
Como escreve o cronista Rui de Pina, «estava o planeta Júpiter retrógrado e o Sol em decaimento».
Entre os astrólogos que figuram na história de Portugal, contam-se,
– além de Mestre Guedelha Goleima, já citado,
– Velasco de Tarenco,
– Rolando,
– Lançarote,
– José Vizinho,
– os «mestres» Geraldo, José e Rodrigo.
Rolando foi autor de um livro de medicina mágica, Physiognomia.
O livro de Frei António de Beja, Contra os Juízos dos Astrólogos, é um dos que marca a posição de determinados sectores da vida portuguesa contra os astrólogos e contra a prática da astrologia.
No entanto, os livros de astrologia figuravam, em quantidade apreciável, nas bibliotecas portuguesas, como a dos marqueses de Alegrete, que acabou de dispersar-se em 1964.
Aí se encontrava, por exemplo, o volume impresso em Basileia em 1551, em que se reuniam obras de Ptolomeu, Bethem, Almançor, Zabel e outros.
Na mesma biblioteca, existia a edição parisiense «ad usum delphini» do Astronomicon, de Marco Manílio, o belo poema que compendia toda a ciência astronómica clássica dos Romanos.
Fernando Pessoa
Já nos nossos dias, no início do século XX, não podemos deixar de mencionar o nome do grande poeta Fernando Pessoa. Efectivamente, nos seus estudos herméticos, ele interessou-se praticamente pela astrologia e pode ser considerado astrólogo sabedor.
Fonte: Os segredos da Astronomia | Imagem de DarkWorkX