Festas e Romarias

Romaria ao Senhor da Pedra – Vila Nova de Gaia

Romaria ao Senhor da Pedra

A Romaria ao Senhor da Pedra (Miramar – Gulpilhares – Vila Nova de Gaia) é, sem dúvida, a mais típica das romarias de Vila Nova de Gaia.

É uma festa cuja origem se perde no tempo, e que se realiza, anualmente, nos terrenos arenosos das praias de Miramar (freguesia de Gulpilhares), na capelinha junto ao mar.

Tem início no Domingo da Santíssima Trindade, prolongando-se até Terça-Feira seguinte.

Neste dias realiza se a procissão, ponto alto das festividades.

É na capela do Senhor da Pedra, junto ao mar, que se concentra a festa religiosa.

E é para lá que milhares de fiéis vão caminhar, terça-feira, a acompanhar a procissão que conta com andores e dezenas de figurantes.

Esta capela, que assenta num rochedo, junto ao mar e tem planta hexagonal, foi construída no século XVII e tem três belos retábulos de estilo rococó.

A origem do culto a Jesus Cristo como Senhor da Pedra poderá ter tido origem num antigo e pagão culto de carácter naturalista.

Este culto era muito frequente entre os povos pré-cristãos, cujas divindades eram veneradas em elementos da natureza e, posteriormente, adaptado à nova Fé.

Ideia reforçada pela não menos intrigante «pegada do Boi Bento», indissociável do culto do Senhor da Pedra.

O Divino Senhor da Serra – Romaria Popular

O programa das celebrações

Antigamente, os romeiros dirigiam-se de manhã cedo em direcção à Capela a pé, por vezes, formando rusgas com as pessoas que se juntava pelo caminho.

As mulheres levavam à cabeça a “condessa”, onde aconchegavam o farnel.

O homem transportava o vinho em cabaças ou mesmo em chifres de boi, assim como o «reco-reco», para amenizar o cansaço durante a deslocação.

Após cumprirem as promessas no local de culto, segue-se o merecido descanso com o necessário piquenique.

No final, dança-se e canta-se em rodas.

Apesar do passar dos tempos a romaria manteve sempre a sua tradição, levando ao local das festas multidões.

Atualmente, volta a registar-se um interesse redobrado por parte das populações em reviver um passado cheio de tradições.

Esta é uma das romarias mais cantadas de Portugal.

A importância que a romaria ao Senhor da Pedra teve no passado é testemunhada pela existência, num raio de muitos quilómetros em redor, de cantigas de romaria que lhe são dedicadas.

Há cantigas ao Senhor da Pedra em localidades como Cinfães e Paredes, entre muitas outras.

Quer isto dizer que acorriam às festas do Senhor da Pedra muitos romeiros vindos de muito longe, que formavam ranchos e rusgas.

Mais sobre a capela do Senhor da Pedra

«A capela é simples – passaria despercebida não fosse estar nesta pose de afronta às fúrias do Atlântico.

No interior, tem umas pequenas escadas em caracol dando acesso a um piso superior. No térreo estão as habituais estatuetas de culto.

Cá fora, nas rochas arredondadas que sustentam o monumento construíram-se mitos, e o maior de todos eles fala-nos de um D. Sebastião, que na sua eterna manhã de nevoeiro aqui cravou as patas do seu cavalo, num destes rochedos, justificando assim duas marcas arredondadas e paralelas que supostamente lá se encontram.

Diz o povo que o Desejado acabou por voltar para trás sem entrar em praias portuguesas. E eu voltei para trás sem encontrar as marcas do cavalo desse rei que nos põe em espera. Talvez porque o mar não deixouFonte

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