Algumas razões para visitar Amarante, a “Princesa do Tâmega”

Amarante

A “Princesa do Tâmega” insere-se num bonito cenário natural, diante da serra do Marão e nas margens do rio Tâmega, onde existem algumas praias, como a da Zona dos Morleiros, e inúmeros locais de lazer.

A origem da cidade é incerta, mas a povoação ganhou importância no século XII com a chegada de São Gonçalo, um monge beneditino que aqui se fixou depois de peregrinar por Roma e Jerusalém.

A este santo recorrem as velhas solteiras para encontrar marido, formulando o pedido na Romaria de S. Gonçalo, no primeiro sábado de junho.

O centro histórico é rico em monumentos de interesse histórico e arquitetónico, e na região domina o estilo românico, com diversos exemplos como as igrejas de Jazente e Gatão ou os mosteiros de Travanca e de Gondar.

Igreja e Convento de São Gonçalo

O convento foi fundado em 1540 por D. João III e a sua construção prolongou-se por 80 anos, reunindo diversos estilos.

A fachada lateral ostenta um pórtico de três pisos decorado com estátuas de santos, incluindo São Gonçalo.

Ao lado do pórtico, a Varanda dos Reis é uma galilé com cinco arcos em cujas colunas figuram os monarcas que reinaram durante a construção (D. João III, D. Sebastião, D. Henrique e Filipe II).

No interior da igreja, na capela-mor, encontra-se o túmulo de São Gonçalo com uma imagem do santo, desgastada pelo toque dos devotos.

Do conjunto monumental faz parte a Ponte de S. Gonçalo, do século XVIII.

Igreja e Convento de São Gonçalo
Igreja e Convento de São Gonçalo

Igreja de S. Pedro

A fachada desta igreja do século XVIII é barroca, decorada com estátuas de S. Pedro e S. Paulo.

O interior, de nave única, ostenta azulejos do século XVII e o altar-mor um magnífico revestimento de talha dourada.

No alto da torre destacam-se a cruz e a tiara papal.

Visite o Museu de Arte Sacra.

Museu Amadeo de Souza Cardoso

Instalado nos claustros recuperados do Convento de São Gonçalo, tem como principal vocação a arte portuguesa moderna e contemporânea com destaque para a pintura cubista de Amadeo de Souza-Cardoso, que lhe dá o nome, um dos principais artistas portugueses do século XX.

Apresenta ainda uma exposição arqueológica e espaço para exposições temporárias.

Museu Amadeo de Souza Cardoso
Museu Amadeo de Souza Cardoso

Solar dos Magalhães

As ruínas do Solar de Magalhães são o testemunho de um episódio que, em Amarante, deixou cicatrizes de guerra: as invasões francesas.

Crê-se que, a cada dia que se atrasava a passagem das forças napoleónicas pela Ponte de São Gonçalo, o General Loison retaliava, tendo incendiado esta casa nobre, pertença dos Magalhães.

Os danos foram violentos, mas fizeram deste espaço senhorial um símbolo de resistência contra as tropas napoleónicas.

Apenas as paredes exteriores permanecem da estrutura original, que, acredita-se, data da segunda metade do século XVI. Fonte 

Solar dos Magalhães
Solar dos Magalhães

Para ler: A antiga Região de Turismo da Serra do Marão

Nos arreadores de Amarante

A 10 km de Amarante fica o mosteiro beneditino de São Salvador de Travanca.

A igreja do século XII exibe dois impressionantes portais românicos e uma torre ameada separada.

Personalidade de Amarante

Joaquim  Pereira Teixeira de Vasconcelos

nasceu em Amarante e morreu no Solar de Pascoaes, de onde retirou o seu nome literário: Teixeira de Pascoaes.

Em 1895 publicou o seu primeiro livro, Embriões.

Foi como poeta da saudade que o seu nome ficou gravado na literatura portuguesa e europeia.

Ainda em vida, viu obras suas traduzidas para castelhano, holandês e alemão.

Com outros autores e intelectuais liderou em 1912 a “Renascença Portuguesa“, movimento cultural que foi o corpo central da cultura portuguesa do século XX.

Teixeira de Pascoaes
Retrato de Teixeira de Pascoais, 1927 Columbano Bordado Pinheiro

Fonte: “Norte de Portugal e Galiza” (texto editado e adaptado)