Dia da Consciencialização do Stress – 1ª quarta-feira de novembro

O Dia da Consciencialização do Stress, celebrado anualmente na primeira quarta-feira de novembro, tem como objetivo principal alertar e educar as pessoas sobre os impactos negativos do stress nas suas vidas.

Esta data foi estabelecida pela International Stress Management Association (ISMA) nos Estados Unidos, em 1998, como uma resposta ao aumento dos níveis de stress na sociedade e à necessidade de promover métodos eficazes de gestão do stress.

Desde então, o evento ganhou popularidade mundial, sendo adotado em diversos países, incluindo Portugal.

Objetivos da celebração

O Dia da Consciencialização do Stress não se limita a informar as pessoas sobre os efeitos prejudiciais do stress. O seu propósito vai mais além, promovendo práticas e estratégias para lidar com o stress e encorajar a construção de um estilo de vida saudável e equilibrado.

Entre os principais objetivos deste dia, destacam-se:

Educação e informação: Sensibilizar a sociedade para o impacto que o stress, quando não controlado, pode ter na saúde física e mental, contribuindo para doenças cardiovasculares, problemas digestivos, ansiedade, depressão, entre outros.

Promoção da saúde mental: Enfatizar a importância da saúde mental e emocional, promovendo o desenvolvimento de ambientes mais saudáveis e de apoio para as pessoas que enfrentam níveis de stress elevados.

Implementação de estratégias de gestão do stress: Difundir e encorajar o uso de práticas e técnicas para lidar com o stress, como o mindfulness, o exercício físico, a meditação, a respiração profunda, e a gestão do tempo.

Redução do estigma: Desconstruir o estigma em torno dos problemas de saúde mental e incentivar as pessoas a procurarem ajuda quando necessário, promovendo a mensagem de que pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, mas sim uma atitude de autocuidado.

A importância do Dia da Consciencialização do Stress

O stress é uma reação natural do corpo a situações de pressão e tensão, que ativa o sistema nervoso para lidar com desafios e ameaças.

Embora essa reação seja normal e até benéfica em situações de curto prazo (stress agudo), a exposição prolongada ao stress (stress crónico) pode ter sérias repercussões para a saúde.

Nas sociedades modernas, a pressão constante no trabalho, a sobrecarga de responsabilidades e a necessidade de alcançar padrões elevados de desempenho são alguns dos principais fatores de stress que afetam muitas pessoas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o stress é um dos principais problemas de saúde pública no mundo atual.

Estima-se que cerca de 264 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de algum tipo de transtorno de ansiedade, que muitas vezes tem o stress como fator que o desencadeia.

Além disso, o stress é um fator de risco importante para doenças cardíacas, obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão arterial.

Em Portugal, por exemplo, estudos indicam que cerca de um terço dos trabalhadores sofre de stress crónico relacionado com o ambiente de trabalho, um fenómeno que se tornou ainda mais evidente com a pandemia de COVID-19 e o aumento do trabalho remoto.

Causas comuns de stress

Existem muitas situações e fatores que podem desencadear o stress. Algumas das causas mais comuns incluem:

Pressão no trabalho: Metas rígidas, ambiente de trabalho tóxico, falta de autonomia e falta de reconhecimento são fontes de stress que afetam grande parte dos trabalhadores.

 

Para ler: Burnout: entendendo o esgotamento profissional

 

Problemas financeiros: Dificuldades económicas, endividamento e insegurança financeira são fatores que geram grande ansiedade e stress.

Conflitos familiares ou relacionais: Desentendimentos e problemas familiares ou de relacionamento afetam o bem-estar emocional e aumentam os níveis de stress.

Mudanças de vida significativas: Mudanças importantes, como um divórcio, a perda de um ente querido ou até mesmo uma mudança de emprego ou de cidade, são causas de stress frequentes.

Sinais e sintomas de stress

O stress manifesta-se de diferentes maneiras e pode afetar o corpo, a mente e o comportamento. Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns sinais comuns incluem:

Sintomas físicos: Dores de cabeça, problemas digestivos, dores musculares, palpitações, cansaço excessivo, aumento ou perda de peso.

Sintomas emocionais: Ansiedade, irritabilidade, agitação, falta de motivação e sentimentos de sobrecarga.

Sintomas cognitivos: Dificuldade de concentração, lapsos de memória e pensamentos negativos.

Sintomas comportamentais: Isolamento social, mudanças nos hábitos alimentares e de sono, aumento do consumo de álcool ou outras substâncias.

Estratégias para lidar com o Stress

Embora o stress faça parte da vida, é fundamental adotar estratégias que ajudem a geri-lo de forma saudável.

Alguns métodos eficazes de gestão do stress incluem:

Exercício físico regular: A atividade física é uma das formas mais eficazes de reduzir o stress, pois ajuda a libertar endorfinas, hormonas que promovem a sensação de bem-estar.

Técnicas de relaxamento: Práticas como o mindfulness, a meditação, e exercícios de respiração ajudam a reduzir a ansiedade e a promover uma sensação de calma e equilíbrio.

Gestão do tempo: Aprender a organizar melhor o tempo e a estabelecer prioridades pode reduzir significativamente o stress relacionado com o trabalho e outras obrigações.

Estabelecimento de limites: Aprender a dizer “não” e a estabelecer limites é importante para evitar sobrecargas e o esgotamento emocional.

Procurar apoio: Falar com amigos, familiares ou procurar a ajuda de um profissional de saúde mental pode ser crucial para enfrentar momentos de stress intenso.

Stress pós-pandemia e o novo normal

A pandemia de COVID-19 trouxe novas dinâmicas de stress e desafiou a resiliência mental de muitas pessoas.

A transição para o trabalho remoto, o isolamento social, a incerteza económica e as preocupações com a saúde foram alguns dos fatores que aumentaram os níveis de stress globalmente.

Muitos trabalhadores sentiram dificuldades em equilibrar o trabalho e a vida pessoal, resultando em fadiga mental e emocional.

Em resposta, as empresas começaram a dar mais atenção à saúde mental dos colaboradores, implementando programas de apoio psicológico e promovendo um ambiente de trabalho mais flexível e compreensivo.

O futuro do combate ao stress

Com o aumento da consciencialização sobre o stress e os seus impactos, há uma crescente valorização do autocuidado e do bem-estar mental e físico.

A sociedade está a reconhecer cada vez mais a importância da saúde mental, e muitas organizações estão a adotar políticas que favorecem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, incluindo horários flexíveis, incentivo ao teletrabalho e políticas de apoio emocional.

Para combater o stress, torna-se também essencial integrar práticas de autocuidado e bem-estar na rotina diária e incentivar as gerações futuras a dar importância à sua saúde mental.

O Dia da Consciencialização do Stress é, assim, uma oportunidade para refletir sobre a forma como cada pessoa pode adotar atitudes mais saudáveis e promover um ambiente mais positivo, livre de julgamentos e estigmas relacionados com a saúde mental.

Compreender o stress e aprender a geri-lo não é apenas uma necessidade individual, mas uma responsabilidade coletiva.

Ao promover uma abordagem mais saudável e equilibrada em relação ao stress, todos contribuem para uma sociedade mais forte e resiliente.

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