Ordem Militar de São Bento de Avis
A Ordem de Avis, também conhecida como Ordem Militar de São Bento de Avis, é uma ordem religiosa e militar portuguesa fundada em meados do século XII, durante a fase inicial da Reconquista cristã da Península Ibérica.
A sua criação é geralmente atribuída a D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal.
Inicialmente esteve ligada à Ordem de Calatrava
Sediada em Évora, inicialmente com o nome de Freires de Évora, após esta cidade ter sido conquistada aos Mouros.
Com dependência da Ordem espanhola de Calatrava, chegou a ter o nome de Milícia de Évora da Ordem de Calatrava, da qual se desligou.
Em 1187, D. Afonso Henriques obteve a autorização do Papa para estabelecer uma ordem semelhante em Portugal, sendo que esta nova ordem se dedicava à proteção das regiões fronteiriças do recém-criado reino português.
A Ordem tomou definitivamente o nome de Ordem de Avis quando, em 1211, D. Afonso II doou aos freires o lugar de Avis, com a condição de o povoarem e nele erguerem um castelo.
Foi seu primeiro mestre foi Fernão de Anes (1196-1219), a quem se deve a edificação da vila e do castelo e último, Fernão Rodrigues de Sequeira, que morreu em 1433 e repousa no interior da igreja conventual.
Os freires usavam um manto branco com cordões até aos pés, e uma cruz verde rematada com flores de lis, insígnia da Ordem.
Papel na defesa de Portugal durante a reconquista
Os cavaleiros da Ordem de Avis seguiam a regra de São Bento, o que significa que além de serem guerreiros, também tinham uma vida religiosa.
A ordem desempenhou um papel fundamental na defesa do território português durante a Reconquista, especialmente na defesa das fronteiras com os reinos muçulmanos ao sul.
Com o tempo, a Ordem de Avis tornou-se uma das ordens mais importantes de Portugal, tanto em termos militares quanto políticos.
Durante a crise de 1383-1385, que resultou na ascensão de D. João I (filho bastardo de D. Pedro I) ao trono português, a ordem apoiou, como não podia deixar de ser, o Mestre de Avis que era o próprio D. João, e que mais tarde se tornaria rei. Este fato consolidou ainda mais a sua importância.
O nome da Ordem ficaria assim ligado à Dinastia de Avis, a mais notável das dinastias portuguesas, a quem se deve toda a estratégia que levou Portugal a optar por uma vocação de expansão atlântica que culminaria nos Descobrimentos Portugueses.
A partir de D. João I cessou o governo dos mestres eleitos pelos capítulos da Ordem e esta passou a ter governadores e administradores escolhidos pela Coroa, o primeiro dos quais foi um dos filhos do próprio rei, D. Fernando, o Santo, que morreu martirizado em Ceuta.
Após a Reconquista, o papel militar da ordem foi diminuindo, e a ordem passou a se concentrar mais em aspetos espirituais e administrativos.
Ordem honorífica
Durante o reinado de D. João III, no século XVI, a Ordem de Avis foi secularizada e transformada em uma ordem honorífica, perdendo grande parte de suas funções militares e religiosas.
Hoje, a Ordem de Avis é uma ordem honorífica em Portugal, mantida como uma tradição histórica e simbólica, sendo concedida como distinção a indivíduos que prestam serviços relevantes ao país.
A cruz verde, símbolo da ordem, ainda é reconhecida como um emblema de valor e serviço à nação.