Diabetes – alimentos para controlar a doença
Diabetes – alimentos para controlar a doença
A alimentação é determinante na flutuação dos níveis de açúcar no sangue (glicemia). Não só aquilo que se come, mas quando, quanto e como se come tem impacto no controlo da diabetes.
Por exemplo, a fruta é um alimento saudável, com um elevado teor de vitaminas, minerais, antioxidantes e fibra. Contudo, em excesso ou se comida isoladamente entre as refeições principais, aumenta a glicemia. Apesar dos nutrientes reguladores, a fruta é constituída por frutose, um tipo de açúcar que pode provocar picos de açúcar no sangue.
Não existem alimentos perfeitos, todos têm as suas vantagens e as suas desvantagens; por isso, nada deve ser consumido em excesso.O ideal, de acordo com os especialistas é: escolher alimentos simples e pouco industrializados, e varie o mais possível o tipo de alimentação.
Diabetes – mitos e controvérsias
Existem muitos mitos e controvérsias sobre a alimentação e os alimentos relacionados com a diabetes: “a cenoura tem muito açúcar”, “usar mel em vez de açúcar”, “não se pode comer pão”, “banana ou melão”, “deve-se optar por alimentos especiais para diabéticos” e, entre alimentos dietox, light, sem glúten e sem lactose, fica-se sem saber o que podemos comer!
Por manifesta falta de informação, muitas pessoas com diabetes deixam de comer abóbora e cenoura, ricas em fibra e nutrientes reguladores, mas continuam a comer “bolachinhas”, ricas em açúcar e gordura de má qualidade. O mesmo se passa com a banana, que é constantemente acusada de ter muito açúcar. Já o pastel de nata, com o dobro ou o triplo do açúcar, é considerado uma boa opção.
Variedade e equilíbrio
A alimentação de uma pessoa com diabetes deve ser completa, equilibrada e variada, tal como a alimentação saudável que se recomenda à população em geral. Excluir alimentos da dieta pode torná-la incompleta e pobre em nutrientes, como vitaminas e minerais.
Não nos podemos esquecer que diferentes alimentos têm diferentes nutrientes. Por isso, não devemos acreditar em alimentos proibidos. Mesmo o pastel de nata tem espaço numa alimentação saudável, desde que seja a exceção e não a regra.
Pelo seu elevado teor em açúcar, além de muito calóricas e ricas em gordura, as sobremesas devem ser evitadas. Deve reservá-las para ocasiões especiais, se os valores da glicemia não estiverem muito alterados. Por outro lado, pode torná-las mais saudáveis.
Aumentado a sua densidade nutricional, ou seja, o seu teor em nutrientes e fibra. Por exemplo, podemos substituir o açúcar por outros alimentos que conferem sabor doce mas são mais saudáveis, como a fruta, a vagem de baunilha e especiarias, a canela ou a erva-doce.
Hidratos de carbono e quantidade
A alimentação é um dos pilares do tratamento e controlo da diabetes, mas isso não significa que este não seja entusiasmante, colorida e saborosa. Sim, a diabetes deve influenciar a alimentação, mas não deve torna-la monótona e insípida, sob pena de a tornar incompleta.
Ter diabetes condiciona o metabolismo dos hidratos de carbono, mas não determina a sua quantidade diária. As necessidades de cada pessoa variam de acordo com as suas características individuais, como o peso, a altura, a idade, e a atividade física, entre outras.
Por exemplo, em comparação com um adulto sedentário, um jovem desportista necessita de uma maior quantidade de energia e hidratos de carbono. Assim, a quantidade diária de hidratos de carbono varia de pessoa para pessoa e não depende da diabetes.
O facto de ter diabetes vai apenas influenciar o tipo de alimentos que se deve privilegiar e o seu fracionamento. Dessa forma, não tem de se excluir o pão ou as batatas! A questão está na quantidade e da qualidade.
Hidratos de carbono e qualidade
Em relação à qualidade, deve privilegiar os hidratos de carbono de absorção lenta, presentes naturalmente nos cereais integrais, como os flocos de aveia ou o milho, nas leguminosas, como o grão, as ervilhas, as favas, as lentilhas ou o feijão, na castanha e na batata-doce.
A fruta é constituída por frutose, um hidrato de carbono de absorção rápida semelhante à sacarose. Assim, deve distribuir as duas ou três peças de fruta recomendas durante o dia. Sim, pode comer fruta às refeições principais, sendo indiferente, do ponto de vista da glicemia, se no início ou no fim das mesmas.
No entanto, aconselha-se a guardar a fruta para as refeições intermédias, tornando a refeição principal menos calórica e aproveitando a fruta para uma refeição adicional. Acompanhe a fruta com um pedaço de queijo, frutos gordos, um iogurte sem adição de açúcar, sementes ou hortícolas.
Diabetes – aposte muito nos legumes!
Os hortícolas, normalmente chamados de legumes, têm uma quantidade de hidratos de carbono insignificante. Outra vantagem, é serem muito ricos em fibra e diminuírem a absorção de açúcar no intestino. São, por isso, muito úteis para quem tem diabetes.
Adicionar hortícolas às receitas é a estratégia que mais se recomenda, pois acrescenta vitaminas, minerais, antioxidantes e fibra, sem aumentar as calorias e os hidratos de carbono.
Os purés são o exemplo ideal. Se, no puré de batata substituir metade da quantidade de batata por couve-flor, por exemplo, mantêm-se o mesmo volume, mas reduz-se em metade a quantidade de hidratos de carbono.
A diabetes exige que a alimentação seja ajustada à terapêutica e à rotina da pessoa, de forma realista e em conjunto com a equipa de saúde. 1
O que é a diabetes?
A diabetes é uma condição metabólica crónica caracterizada por níveis elevados de glicose (açúcar) no sangue, devido a problemas na produção ou utilização da insulina, uma hormona produzida pelo pâncreas. A insulina desempenha um papel fundamental na regulação da glicose, permitindo que as células do corpo a utilizem como fonte de energia.
Existem três principais tipos de diabetes:
1. Diabetes Tipo 1
- Uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca as células do pâncreas que produzem insulina.
- Geralmente diagnosticada em crianças, adolescentes ou jovens adultos.
- O tratamento exige o uso diário de insulina.
2. Diabetes Tipo 2
- É o tipo mais comum e ocorre quando o corpo não utiliza a insulina de forma eficaz (resistência à insulina) ou não a produz em quantidade suficiente.
- Está frequentemente associado a fatores como obesidade, sedentarismo e predisposição genética.
- Pode ser controlada com mudanças no estilo de vida, medicamentos orais ou, em alguns casos, insulina.
3. Diabetes Gestacional
- Desenvolve-se durante a gravidez e geralmente desaparece após o parto.
- No entanto, aumenta o risco de diabetes tipo 2 no futuro tanto para a mãe como para o bebé.
Sintomas Comuns
- Sede excessiva (polidipsia)
- Micção frequente (poliúria)
- Fome intensa
- Perda de peso inexplicada
- Fadiga e cansaço
- Visão turva
- Feridas que demoram a cicatrizar
Complicações
Se não for tratada ou controlada, a diabetes pode levar a complicações graves, como:
- Doenças cardiovasculares (ataques cardíacos e AVCs)
- Problemas renais (nefropatia diabética)
- Lesões nos nervos (neuropatia)
- Problemas de visão (retinopatia diabética, que pode levar à cegueira)
- Amputações devido a infeções não tratadas.
Prevenção e Gestão
- Diabetes Tipo 1: Não pode ser prevenida.
- Diabetes Tipo 2: Pode ser prevenida ou atrasada com hábitos saudáveis, como:
- Alimentação equilibrada, rica em vegetais, frutas e cereais integrais.
- Prática regular de atividade física.
- Manutenção de um peso saudável.
- A monitorização regular da glicemia e a adesão ao plano de tratamento recomendado pelo médico são essenciais para todos os tipos.
A diabetes, embora uma condição séria, pode ser bem gerida com os cuidados adequados, permitindo uma vida longa e saudável.
1 Fonte: Magazine Continente | Imagem

