Folclore e Regionalismo Minhoto em Moçambique
No âmbito da iniciativa designada por FolkLoures’2018, o Grupo Folclórico Verde Minho vai promover, uma conferência subordinada ao tema “Folclore e Regionalismo Minhoto na África Austral: A Casa do Minho em Lourenço Marques (Moçambique) ”, a qual vai ser apresentada por Rui Aguilar Cerqueira, antigo dirigente da extinta Casa do Minho em Lourenço Marques e do seu rancho folclórico.
A iniciativa tem lugar no próximo dia 21 de Março, a partir das 15 horas, no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, junto ao Parque da Cidade – Loures. Existe excelente estacionamento no local.
Esta conferência vai ser acompanhada pela projecção de imagens da época vivida pelos nossos conterrâneos em Moçambique, incluindo a celebração do compasso pascal e a actuação do rancho folclórico.
Como é sabido, os antigos territórios ultramarinos portugueses foram também o destino de muitos minhotos que decidiram ali construir as suas vidas. Rumando diretamente a partir da metrópole ou fixando-se após o cumprimento do serviço militar naquelas paragens, Angola e Moçambique vieram a tornar-se a segunda terra para muitos dos nossos conterrâneos que assim trocavam a estreita courela pela desafogada machamba ou simplesmente empregavam-se na atividade comercial das progressivas cidades de Luanda e Lourenço Marques, atual Maputo.
Porém, a recordação do Minho distante não os abandonou e permaneceu sempre nos seus corações. E, a provar esse amor filial, criaram as suas próprias associações regionalistas a fim de manterem mais viva a sua portugalidade e as raízes minhotas. Em Lourenço Marques, fundaram a Casa do Minho em 1955.
Durante duas décadas consecutivas, aquele foi o ponto de encontro das nossas gentes em terras moçambicanas. Ali se construíram novas amizades e conservavam as suas tradições. A constituição de um Rancho Folclórico no seio daquela associação foi um dos melhores exemplos do seu apego às origens. Até que a descolonização veio alterar o rumo das suas vidas e determinar a extinção da Casa do Minho.
Não obstante, muitos dos minhotos e amigos da Casa do Minho, que dela fizeram parte ou de alguma forma por lá passaram, não esquecem esses tempos saudosos e, todos os anos continuam a reunir-se no Minho em alegre e amistosa confraternização, partilhando recordações e revivendo a terra que também amaram – Moçambique!