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O sonho judeu torna-se realidade: a fundação do estado de Israel

A fundação do estado de Israel

Com a proclamação do estado de Israel o povo judeu viu cumprido o seu sonho, acalentado durante anos, de voltar à terra dos seus antepassados.

No entanto, a fundação do estado de Israel, patrocinada por Ben Gurion, agudizou o conflito entre judeus e árabes.

O reino de Israel

Por volta do ano 1.020 a.C., o rei Saul fundou o primeiro estado de Israel, que viveu seu apogeu entre os anos 1.000 a. C. e 926 a. C, a época dos reis David e Salomão.

Foi nesse período que, depois de conquistada, a cidade de Jerusalém se transformou em capital política e religiosa.

Após a destruição do templo de Jerusalém, pelas tropas romanas, no ano 70 d. C., e a sufocação da revolta dos Judeus contra os Romanos, encabeçada por Bar Kochba (133-135), milhares de judeus perderam a vida e um grande número deles fugiu da Palestina.

Começou assim o exílio, por eles chamado «galut».

Durante séculos os Judeus viram-se obrigados a viver no seio de outros povos, expostos a expulsões e a perseguições.

Apesar de tudo, permanecia viva a esperança de regresso.

Quando o antissemitismo se fortaleceu, em meados do século XIX, muitos judeus chegaram à conclusão de que uma vida livre e independente só seria possível num estado próprio.

A expressão desta esperança materializou-se no livro O Estado Judeu (1896), de Theodor Herzl, fundador do Movimento Sionista.

A partir dos primeiros anos do século XX, os colonos judeus começaram a emigrar maciçamente para a Palestina, no intuito de se estabelecerem na terra dos seus antepassados, apesar dos protestos dos Árabes.

O sionismo não tardou a entrar em confronto com o incipiente nacionalismo árabe, um povo que confiava na independência desde a queda do Império Otomano, em 1918.

Em 1920, dois anos depois de a Grã-Bretanha conquistar a Palestina aos Otomanos, que por sua vez a haviam ocupado, em 1517, os Britânicos receberam o mandato da Sociedade das Nações [antecedente da ONU] para administrar a zona.

A Grã-Bretanha, com a intenção de contar com o apoio tanto de árabes como de judeus durante a Primeira Guerra Mundial, prometera a ambos os povos o respeito pelas suas reivindicações.

Arthur James Balfour garantia aos judeus que os apoiaria nas suas aspirações de criar um «lar nacional» na Palestina (Declaração Balfour).

No entanto, deixou bem claro que a colonização só seria possível no estrito reconhecimento dos direitos civis da restante população e no respeito pela sua religião.

Os Palestinianos opuseram-se ao plano de criação de um estado judeu independente e a resistência conduziu a uma revolta em 1936.

Em 1937, a comissão britânica para a pacificação da Palestina apresentou um plano que previa a divisão do território, com a criação de um estado judeu e de outro árabe.

O Sul da Palestina e as cidades de Belém, Jerusalém e Nazaré manter-se-iam sob mandato britânico.

O Congresso Mundial Sionista e I Congresso Pan-Árabe rejeitaram o projeto de divisão.

O antissemitismo nazi provocou aumento da emigração de judeus de tal forma que os Britânicos tiveram de permitir a entrada controlada de imigrantes na Palestina.

Após a guerra, anunciaram a sua intenção de impedir a imigração ilegal.

Em 1947, a Grã-Bretanha apresentou nas Nações Unidas a questão da Palestina.

A Assembleia Geral decidiu nesse mesmo ano a divisão do território em dois estados, um judeu e outro árabe, a par do controlo internacional de Jerusalém.

A criação do Estado de Israel e a oposição dos países árabes

Etapas da história do Médio Oriente

9-12-1917 – Os Britânicos na Palestina

Unidades britânicas provenientes do Sul conquistaram Jerusalém. Nos princípios de abril de 1918 as tropas britânicas atravessaram o rio Jordão e irromperam no Norte da Palestina.

14-5-1948 – Fundação de Israel

David Ben Gurion

proclamou, perante o Conselho Nacional Provisório, a fundação do estado de Israel, pouco tempo antes da retirada das últimas tropas britânicas da Palestina.

15-5-1948 – Ataque dos países vizinhos

Os árabes atacaram o novo estado no dia seguinte à sua fundação. Apesar de diversos êxitos iniciais, foram derrotados.

Após uma trégua em outubro, as duas partes acordaram num armistício em 1949. Israel atacaria o Egipto durante a crise do Suez, em 1956.

5/10-6-1967 – A Guerra dos Seis Dias

Israel atacou o Egipto, a Síria e a Jordânia, ocupou o planalto de Golan (Cisjordânia), a cidade de Jerusalém, a faixa de Gaza e o Sinai. Os combates terminaram ao fim de seis dias.

Israel também se impôs na guerra do Yom-Kippur (1973).

18-9-1978 – Acordos de Camp David

Israel e o Egipto assinaram um tratado de paz graças à mediação do presidente dos EUA, Jimmy Carter (1979).

Tratava-se do primeiro avanço significativo do processo de paz no Médio Oriente.

8-12-1987 – Início da Intifada

Os conflitos que se sucederam desde 1967 em Israel culminaram na revolta dos palestinianos.

O objetivo era a criação de um estado palestiniano independente.

4-5-1994 – Tratado de Gaza e Jericó

Israel e a OLP (Organização de Libertação da Palestina) assinaram um tratado que previa a autonomia palestiniana na faixa de Gaza e em Jericó, assim como novas extensões territoriais até ao ano de 1999.

Fonte: “História do século XX – década a década” – 5 | Foto de destaque: David Ben Gurion (ao centro) despedindo-se das últimas tropas britânicas, em Haifa.

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