O Tratado de Windsor foi assinado a 9 de Maio de 1386

O Tratado de Windsor

Na sequência dos tratados de aliança firmados entre Portugal e a Inglaterra, a começar pelo que o rei D. Fernando I ajustou em 1373 com o rei Eduardo III, o Tratado de Windsor de 1386 teve o ponderável significado de uma confirmação solene para infindo tempo.

As negociações para esse acordo político-militar vinham de tempos atrás, quando o Mestre de Avis, depois D. João I, não tinha sido ainda proclamado rei e haviam tomado forma concreta na participação de soldados ingleses (designadamente archeiros) na luta pela independência portuguesa contra Castela.

O tratado, firmado em 9 de Maio de 1386, obrigava os dois países

– a manterem entre si perpétua paz e amizade

– e cada um a considerar seus próprios inimigos os inimigos do outro.

Uma convenção anexa imprimia imediato sentido prático ao tratado, obrigando-se por ela Portugal a fornecer ao rei de Inglaterra dez galés equipadas por sua conta.

O Tratado de Windsor é um dos mais firmemente taxativos e explícitos entre os que, ao longo dos séculos, regeram as relações entre os dois países na «mais antiga aliança do mundo».

Na conjuntura em que se integrou, o tratado de Maio de 1386 ficou historicamente ligado ao acordo que D. João I estabeleceu com o duque de Lencastre.  Comprometeu-se a apoiá-lo nas suas pretensões ao trono de Castela e concedendo o duque ao monarca português a mão de sua filha D. Filipa.

Este acordo circunstancial, confirmativo do solene tratado, foi celebrado em Novembro do mesmo ano. Logo em 2 de Fevereiro do ano seguinte teve lugar no Porto o casamento de D. João I e de D. Filipa. Este foram os iniciadores da dinastia de Avis e procriadores dos infantes da Ínclita Geração. 1

Invocações do Tratado de Windsor

O Tratado de Windsor, ainda válido, estabelece um pacto de apoio mútuo entre Portugal e Inglaterra (hoje o Reino Unido).

Durante a dinastia Filipina, de 1580 a 1 de dezembro de 1640, dada a união ibérica e a guerra entre Espanha e Inglaterra, o tratado foi suspenso, permitindo confrontos como o saque da Nau portuguesa Madre de Deus, em 1592.

O Reino de Portugal usou-o em 1640, para expulsar os reis de Espanha (da casa dos Habsburgos).

No século XIX, o governo britânico contornou o tratado ao responder com um ultimato a Portugal quando este, por ocasião da Conferência de Berlim, apresentou um projeto — Mapa Cor-de-Rosa — em que reivindicava o território entre Angola e Moçambique.

Já no século XX, o Reino Unido invocou-o por ocasião da Primeira Guerra Mundial, em maio de 1916, pedindo o apresamento de todos os navios germânicos na costa lusitana. Esta atitude justificou a declaração oficial de guerra de Portugal em relação à Alemanha e seus aliados, a 9 de março de 1916 (apesar dos combates em África desde 1914).

Voltou novamente a ser invocado na Segunda Guerra Mundial permitindo o uso da Base das Lajes pelos Aliados. 2

Fontes: 1 Dicionário Enciclopédico da História de Portugal (vol.2) 2 Wikipédia | Imagem