Macacos que foram protagonistas de histórias antigas!
Os macacos e o exército de Alexandre
Os soldados sob as ordens de Alexandre, o Grande, marchavam sempre, quando em campanha, em formação cerrada.
Uma noite acamparam numa montanha povoada por numerosa tribo de macacos.
No dia seguinte, de manhã, os soldados viram, a certa distância, qualquer coisa que lhes parecia ser um imenso exército que avançava, em formatura, na sua direcção, aparentemente disposto a dar-lhe batalha.
Os oficiais e os soldados ficaram mergulhados na maior consternação… Tendo vencido Taxila, príncipe da região onde se encontravam, não podiam conceber de onde vinham estas novas forças: nada deixara prever que elas existissem.
O alarme foi imediatamente dado e o exército ficou em pé de guerra esperando o inimigo.
O príncipe do país, que fora feito prisioneiro e a quem interrogaram sobre a presença de tal exército nas vizinhanças, sorriu quando soube do caso…
E os macedónios, um pouco encabulados, tiveram que reconhecer que o terrível exército que os inquietava era constituído pelos macacos da vizinhança, levados pelo seu irreprimível espírito de imitação.
O macaco de Carlos V
Carlos V
tinha um macaco que sabia jogar xadrez.
Um dia em que o animal lhe deu xeque-mate, o imperador ficou tão irritado por ter perdido que lhe respondeu com uma bofetada.
O macaco recusou-se durante meses a jogar com um adversário tão suscetível.
Passado tempo, uma outra vez em que se preparava também para dar xeque-mate, o macaco lembrou-se tão bem da bofetada que recebera em semelhante circunstância que, antes de mover a pedra, tomou a precaução de proteger a cabeça com uma almofada.
Carlos V, perante esta previdência, não pôde deixar de rir.
O macaco de Rembrandt
Rembrandt
tinha um macaco de que gostava muito.
Um dia em que acabara de retratar, num mesmo quadro, uma família, vieram anunciar-lhe a morte do macaco. Sensível a esta perda, mandou que lhe trouxessem o pequeno cadáver e, sem qualquer consideração pelos seus modelos, traçou, na mesma tela o retrato do macaco.
Esta singularidade desagradou à família a quem o quadro era destinado, mas Rembrandt recusou-se a qualquer alteração, preferindo mesmo não vender o quadro.
Os macacos de Frederico, o Grande
Frederico II
, rei da Prússia, tinha, na sua juventude um grupo de macacos cujos modos o divertiam.
O seu espírito, naturalmente crítico, também nesta ocasião se manifestou.
Cada macaco usava um nome conhecido. Um era «o Conselheiro N.», outro ainda «o seu Ministro das Finanças», etc.
E a totalidade da sua corte de macacos parecia-lhe ser muito semelhante à corte de muitos outros príncipes e chamava-lhe mesmo «a corte de Frederico I» seu pai.
Um dia, em que um dos seus conselheiros quadrúpedes se escondera, Frederico, que o procurava por toda a parte sem o encontrar, pensou que ele estava na sala ao lado e abrindo a porta, chamou alto:
– Senhor Conselheiro, senhor Conselheiro, afinal onde está?
Um verdadeiro conselheiro de seu pai, que precisamente se encontrava nessa sala, acorreu pressuroso ao chamamento, julgando ser-lhe este dirigido.
– Entre, entre – disse-lhe Frederico – tanto faz!
Os macacos na Índia
Os hindus não limitam os seus cuidados aos animais doentes. Há casas de saúde especialmente destinados a macacos, vacas, aves e mesmo insetos.
Em todos os celeiros, certa quantidade de arroz, de milho, de frutas e de cana-de-açúcar é destinada aos macacos.
Estes últimos não se contentam em pilhar a floresta, os pomares e os jardins, mas entram nas casas às horas das refeições e arrancam os alimentos das mãos dos convivas.
Certos indígenas de Baka, deixam a décima parte das suas colheitas nos campos para os macacos, que não se fazem rogados em descer das montanhas a recolher esta dízima.
O culto prestado aos macacos está em relação íntima com a crença, comum entre os hindus da metempsicose. Creem, com efeito, que, depois da morte, reincarnarão no corpo de um destes animais.
O macaco de Polignac
O cardeal de Polignac, parou um dia, diante da jaula de um enorme macaco e ficou tão tomado de admiração pelo seu comportamento quase «humano», que lhe gritou (conta-nos Diderot): «Fala e baptizo-te!».
Terá sido verdade?
Fonte: “Almanaque” – Maio de 1960 | Imagem